terça-feira, 4 de outubro de 2011

ENSINAR COM PROJETOS

                                                 

O professor que pretende trabalhar com Projeto de Pesquisa na escola
deverá acreditar que vai usar um instrumento didático valioso
destinado a melhor dominar e aprofundar o conhecimento de assuntos
temáticos variados, os quais poderão  estar interrelacionados a
disciplinas curriculares diferentes.

Que assuntos temáticos são esses?  Podem ser os que visam:
- à explicação de alguma situação-problema e ensino que preocupa,
- ao melhor conhecimento de fatos da realidade vivida pelos alunos,
- a aprofundar a investigação de assuntos curriculares a estudar,
- à realização de algum produto final, como feira, artefato, exposição.

Quando utiliza a metodologia dos Projetos, o professor pretende:
1 - buscar e descobrir novas formas de motivar, interessar e estimular
o aprendizado dos alunos;
2 - renovar o método de ensinar para despertar e fomentar nos alunos o
sentido de observação;
3– contribuir para desenvolver neles o raciocínio e a formação do
pensamento crítico para aplicá-lo na vida prática;
 4 - familiarizá-los com noções elementares da metodologia científica
na realização de tarefas investigativas orientadas;
 5 - prepará-los desta forma, para o futuro, pelo saber como estudar e
pelo aprender a aprender postos em prática nas tarefas que lhe são
exigidas.

Os planos de ensino curricular traçados para serem cumpridos no
decorrer do ano letivo, serão considerados apenas “roteiros”
seqüenciadores e lógicos que devem desembocar na formação e na
aprendizagem que são a meta essencial e fundamental a ser alcançada
pelo processo de estudo dos alunos.
Para tanto, o professor, ao planejar qualquer tarefa, deverá se questionar:
-       Por quê fazer? - expondo os objetivos e finalidades educativas dela;
-       Para que fazer? – detalhando  os conteúdos a ensinar e a assimilar;
-       Como fazer? - explicando os procedimentos para atingir os objetivos.

O sucesso da aprendizagem por projetos estará condicionado ao
interesse que se conseguir despertar no aluno, valorizando-o como
pequeno pesquisador, descobridor e expositor do que apreendeu sob a
condução do professor.
Lembremo-nos que a matéria-prima da educação “é o aluno”, o qual por
sua vez é também seu “produto final”.
O processo de transformação dessa matéria está nas mãos do professor,
na maneira como por ele será manipulado e nas diversas etapas que
conduzirão guiado sempre pelo “para quê” de seu trabalho pedagógico.

O importante é reconhecer que há necessidade de mudanças de atitudes,
de renovação corajosa e da busca de novos procedimentos didáticos.
Tudo isso implica em optar por novo estilo docente, ou melhor dizendo,
pelo “reaprender a ser professor”, acostumar-se, em suas atividades a
procurar ver mais longe, estar a atento às mudanças que o mundo de
amanhã exigirá  dos nossos atuais alunos.
O professor deverá saber que “a meta principal da escola não deve ser
o desenvolvimento do aluno pelo ensino e domínio de conteúdos
disciplinares fragmentados, mas, sobretudo, pelo desenvolvimento das
competências dele”.

A organização da escola tem de se preocupar, que disciplinas e
competências devem disputar o mesmo espaço.
A idéia de competência relaciona-se a capacitação, a habilidade, a
“qualidade” e tem de estar ligada à de cidadão.

As competências fundamentais do indivíduo no dizer de Delors devem ser:
       1 – capacidade de expressão e comunicação que se desenvolve por
muitas disciplinas e por várias atividades a serem postas em prática;
       2 - capacidade de argumentar pelo desenvolvimento do raciocínio
lógico para o qual contribuem algumas disciplinas e formas de estudo;
       3 – capacidade de avaliar pela formação reflexiva e crítica das
idéias pessoais e dos trabalhos participativos;
       4 – capacidade de atuação e de liderança individual nos papéis a
desempenhar na família, na escola, no trabalho, na sociedade.
       5 - capacidade de compreensão e de interpretação dos fatos ou
fenômenos e seus significados, pela prática da observação e de
investigação.

Desde longa data, nossa tradição escolar sempre se apoiou na pedagogia
da certeza, acreditando que aquilo que ensina é o “porto seguro” das
verdades em torno das quais faz girar todos os conteúdos e as
atividades didáticas.
Norteada por esse princípio, a grande maioria das escolas tem tratado
o aluno como mero espectador e receptor passivo das informações que
lhe são transmitidas e incutidas, quer por parte do professor, quer
por meio do livro didático, como sendo instrumentos indiscutíveis para
superar erros e  também chaves para abrir as portas de sucessos e
atender às expectativas.

Dessa maneira “a sala de aula virou um local de tédio por falta de
concentração e pouco interesse em aprender por parte dos alunos e um
ambiente estressante, às vezes uma praça de guerra, um campo de
batalha”.
Infelizmente, muitos professores consideram mais fácil em sala de aula
“dar assunto todo pronto aos alunos do que estimulá-los a pensar”,
como afirma Augusto Cury no livro O mestre do amor.
Todos sabemos que os jovens de hoje, levados pela contingência da
modernidade com a qual vivem, tudo fazem para procurar novos estímulos
que excitem suas emoções e, como nem sempre as alcançam, ficam
inquietos e ansiosos, agitam-se e perturbam, até mesmo onde não
deveriam.
O racional, o pensar não os atrai, pois exige esforço, o que eles não
querem, nem gostam de fazer.
A busca do imediatismo e do sensacional ocupa-os dia e noite, e não
sabem conciliar o emocional com o racional, os sentimentos com as
idéias.
Neste contexto é que a educação vem se tornando uma tarefa desgastante
e estressante para os professores e conseqüentemente pouco eficiente.

A escola antiga também não tem o hábito de sair do trabalho rotineiro
de sala de aula e programar oportunidades para estimular nos alunos a
criatividade e a imaginação que fazem surgir iniciativas individuais e
inéditas com as quais eles poderão tornar-se agentes ativos e
co-participantes de sua formação pessoal e do crescimento de seus
conhecimentos, pelo uso de projetos de pesquisa.

Para corrigir estes equívocos educacionais existentes, a escola
precisa pôr em prática procedimentos pedagógicos eficientes, por vezes
esquecidos ou ignorados destinados a mobilizar as habilidades e as
potencialidades dos alunos, pelo planejamento e organização de
atividades que objetivem  envolvê-los em grupos, promovendo desta
forma a interatividade e parcerias na realização do trabalho escolar e
extra-escolar.
Quão admirável é vê-los participando ativamente em gincanas escolares
ou criando, inovando e dando sua contribuição nas festas
comemorativas!!
Como gostam de formar equipes para procurar resolver problemas que
lhes foram entregues !!
É imprescindível aprovar e explorar esta bela disposição deles.





                                                                                      Jorge S Martins

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