domingo, 28 de abril de 2013

CURIOSIDADES VIII


HOMENAGEM AO ANIVERSÁRIO
DO CORREIO AÉREO NACIONAL.

OS PRIMEIROS TEMPOS.
No dia 12 de junho de 1931, os Tenentes Casimiro Montenegro Filho e Nelson Freire Lavenère-Wanderley, da Aviação Militar, fizeram a primeira viagem, em um avião Curtiss “Fledgling”, de matrícula K-263, levando uma mala postal, com duas cartas, do Rio de Janeiro para São Paulo.
Eles enfrentaram dificuldades nesse vôo pioneiro: devido a um forte vento, a duração da viagem aumentou em duas horas. Chegaram a São Paulo cinco horas e meia após a decolagem do Campo dos Afonsos.               Como era noite e não conseguiram localizar o Campo de Marte, aterrissaram na pista do Jockey Club da Moóca. Depois, tomaram um táxi até a estação central dos Correios, entregando lá a mala postal.
Esta operação aérea inaugurava o famoso Correio Aéreo Nacional transportando uma mala postal do Rio de Janeiro para São Paulo, e de lá retornando, com correspondência, no dia 15 de junho.
O retorno demorou apenas três horas e meia, seguindo a rota do vale do rio Paraíba até à altura da cidade de Resende e daí infletindo para o Rio.     Esta última se tornaria a rota oficial para as aeronaves do CAN entre as duas cidades daí em diante, três vezes por semana, até à entrada em operação, posteriormente, de aviões bimotores.

O BRIGADEIRO EDUARDO GOMES
E O CORREIO AÉREO NACIONAL
Com a criação do Ministério da Aeronáutica em 20 de janeiro de 1941, pela fusão da antiga arma da Aviação Militar do Exército com a da Aviação Naval da Marinha, o Correio Aéreo foi transferido para o Ministério com a denominação, como que ficou conhecido: Correio Aéreo Nacional CAN.
Ao final daquele ano, o CAN já operava 14 linhas, com o transporte de mais de 70 toneladas de correspondência.

Graças à visão de futuro, competência e sensibilidade do então Diretor de Rotas Aéreas, o já Brigadeiro Eduardo Gomes, o CAN conseguiu superar as dificuldades geográficas, econômicas e estruturais. E, como reconhecimento, o Congresso, em 12 de dezembro de 1972, proclamou Eduardo Gomes como “Patrono do Correio Aéreo Nacional”.
A  Diretoria de Rotas Aéreas, era do Brigadeiro Eduardo Gomes que estendeu suas linhas até ao rio Tocantins e Belém do Pará, e desta última até Caiena, com escalas em Macapá e Oiapoque.                                        
O grande impulso do CAN registrou-se após o término da Segunda Guerra Mundial, com a entrada em serviço das aeronaves bimotores monoplano C-45 Beechcraft e Douglas C-47, com maior capacidade de carga e autonomia de vôo.
No ano seguinte, a linha para a Bolívia foi estendida até à capital, La Paz, empregando aeronaves C-47 no trajeto Rio de Janeiro - São Paulo - Três Lagoas - Campo Grande -Corumbá - Roboré - Santa Cruz de la SierraCochabamba - La Paz.
Em novembro de 1952 o CAN chegou ao rio Araguaia dando apoio aos postos do antigo Serviço de Proteção ao Índio na rota Rio de Janeiro - Belo Horizonte - Uberaba - Goiânia - Aruanã - Conceição do Araguaia - Las Casas - Gorotire.
Nesse mesmo ano era aberta a linha Rio de Janeiro - Manaus, que se estendia até Boa Vista e, em seguida, a linha até ao Rio Negro, esta com o emprego dos lendários monoplanos bimotores anfíbios CA-10 Catalina.       A função desta linha era a de apoiar as populações indígenas e as missões religiosas nos vales dos Negro e Uaupés.                                                        O CAN foi então transferido da Base Aérea do Galeão para a Base Aérea de Belém, intensificando o serviço na região Amazônica, dando apoio aos pelotões de fronteira do Exército e às populações ribeirinhas.
Em 1965, entram em operação os Lockheed C-130 Hercules, que não apenas ampliaram o raio de ação do CAN, mas também a sua capacidade de transporte de pessoal, carga e equipamentos pesados.                                Na década de 1980 alcançaram o continente Antártico, no contexto do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).
Desde então entraram em operação aeronaves Embraer C-95 Bandeirante e C-97 Brasília, aviões mais leves que passaram a atender muitas das linhas vicinais do CAN. Para dar atendimento aos pontos extremos do território, entraram em operação os bimotores turboélice C105-A Amazonas e Cessna C-98 Caravan, devido às suas capacidades de pouso e decolagem em pistas curtas.

 Correio Aéreo Nacional retoma rotas internacionais
Ultimamente o Correio Aéreo Nacional (CAN) retomou  suas rotas internacionais. Sessenta e oito anos após o vôo pioneiro, a Força Aérea Brasileira está realizando novamente esse tipo de missão, com o objetivo de apoiar a integração dos países da América do Sul e fortalecer a unidade do continente.
Além da integração de localidades remotas da região Norte, o governo federal quer fazer do CAN elemento de congregação permanente entre os países da América do Sul. 
REFERÊNCIAS
·         CAMBESES Jr. Manuel. A Saga do Correio Aéreo Nacional. Revista do Clube Militar, ano LXXXI, n. 430, ago-set-out 2008, p. 20-24.
·         INTERNET e Anotações de leituras.
·         SOUZA, José Garcia de. A epopéia do Correio Aéreo. Rio de Janeiro: Revista Aeronáutica Editora (1986).
·         Guia Oficial do Museu Aeroespacial. São Paulo: C & R Editorial, 2006.