HOMENAGEM
AO ANIVERSÁRIO
DO
CORREIO AÉREO NACIONAL.
OS PRIMEIROS
TEMPOS.
No dia
12 de junho de 1931, os Tenentes Casimiro Montenegro Filho e Nelson Freire
Lavenère-Wanderley, da Aviação Militar, fizeram a primeira viagem, em um avião
Curtiss “Fledgling”, de matrícula K-263, levando uma mala postal, com duas
cartas, do Rio de Janeiro para São Paulo.Eles enfrentaram dificuldades nesse vôo pioneiro: devido a um forte vento, a duração da viagem aumentou em duas horas. Chegaram a São Paulo cinco horas e meia após a decolagem do Campo dos Afonsos. Como era noite e não conseguiram localizar o Campo de Marte, aterrissaram na pista do Jockey Club da Moóca. Depois, tomaram um táxi até a estação central dos Correios, entregando lá a mala postal.
Esta operação aérea inaugurava o
famoso Correio Aéreo Nacional transportando uma mala postal do Rio de Janeiro para São Paulo, e
de lá retornando, com correspondência, no dia 15 de junho.
O retorno demorou apenas três horas
e meia, seguindo a rota do vale do rio Paraíba até à altura da cidade
de Resende e
daí infletindo para o Rio. Esta
última se tornaria a rota oficial para as aeronaves do CAN entre as duas
cidades daí em diante, três vezes por semana, até à entrada em operação,
posteriormente, de aviões bimotores.
O BRIGADEIRO
EDUARDO GOMES
E
O CORREIO AÉREO NACIONAL
Com a criação do Ministério da
Aeronáutica em 20 de janeiro de 1941,
pela fusão da antiga arma da Aviação Militar do Exército com a da Aviação Naval
da Marinha, o Correio Aéreo foi transferido para o Ministério com a denominação,
como que ficou conhecido: Correio Aéreo Nacional CAN.
Ao final
daquele ano, o CAN já operava 14 linhas, com o transporte de mais de 70
toneladas de correspondência.
Graças à
visão de futuro, competência e sensibilidade do então Diretor de Rotas Aéreas,
o já Brigadeiro Eduardo Gomes, o CAN conseguiu superar as dificuldades
geográficas, econômicas e estruturais. E, como reconhecimento, o Congresso, em
12 de dezembro de 1972, proclamou Eduardo Gomes como “Patrono do Correio Aéreo
Nacional”.
A Diretoria de Rotas Aéreas, era do
Brigadeiro Eduardo Gomes que
estendeu suas linhas até ao rio Tocantins e Belém do Pará, e
desta última até Caiena, com escalas
em Macapá e Oiapoque.
O grande impulso do CAN
registrou-se após o término da Segunda Guerra
Mundial, com a entrada em serviço das aeronaves bimotores monoplano C-45 Beechcraft e Douglas C-47, com maior capacidade de carga e
autonomia de vôo.
No ano seguinte, a linha para a
Bolívia foi estendida até à capital, La Paz, empregando aeronaves C-47 no trajeto
Rio de Janeiro - São Paulo - Três Lagoas - Campo Grande -Corumbá - Roboré -
Santa Cruz de la Sierra
- Cochabamba - La Paz.
Em novembro de 1952 o
CAN chegou ao rio Araguaia dando apoio
aos postos do antigo Serviço de
Proteção ao Índio na rota Rio de Janeiro - Belo Horizonte - Uberaba - Goiânia - Aruanã - Conceição do Araguaia - Las Casas - Gorotire.
Nesse mesmo ano era aberta a linha
Rio de Janeiro - Manaus, que se estendia
até Boa Vista e,
em seguida, a linha até ao Rio Negro,
esta com o emprego dos lendários monoplanos bimotores anfíbios CA-10 Catalina.
A função desta linha era a de
apoiar as populações indígenas e as missões religiosas nos vales dos Negro
e Uaupés. O
CAN foi então transferido da Base Aérea do Galeão para
a Base Aérea de Belém,
intensificando o serviço na região Amazônica, dando apoio aos pelotões de
fronteira do Exército e às populações ribeirinhas.
Em 1965,
entram em operação os Lockheed C-130 Hercules,
que não apenas ampliaram o raio de ação do CAN, mas também a sua capacidade de
transporte de pessoal, carga e equipamentos pesados. Na década de 1980 alcançaram o
continente Antártico, no contexto
do Programa
Antártico Brasileiro (PROANTAR).
Desde então entraram em operação
aeronaves Embraer C-95
Bandeirante e C-97 Brasília,
aviões mais leves que passaram a atender muitas das linhas vicinais do CAN.
Para dar atendimento aos pontos extremos do território, entraram em operação os
bimotores turboélice C105-A
Amazonas e Cessna
C-98 Caravan, devido às suas capacidades de pouso e decolagem em
pistas curtas.
Ultimamente o Correio Aéreo Nacional (CAN)
retomou suas rotas internacionais.
Sessenta e oito anos após o vôo pioneiro, a Força Aérea Brasileira está
realizando novamente esse tipo de missão, com o objetivo de apoiar a integração
dos países da América do Sul e fortalecer a unidade do continente.
Além da integração de localidades remotas da região Norte, o governo federal quer fazer do CAN elemento de congregação permanente entre os países da América do Sul.
Além da integração de localidades remotas da região Norte, o governo federal quer fazer do CAN elemento de congregação permanente entre os países da América do Sul.
REFERÊNCIAS
·
CAMBESES Jr. Manuel. A Saga do Correio Aéreo Nacional. Revista
do Clube Militar, ano LXXXI, n. 430, ago-set-out 2008, p. 20-24.
·
INTERNET e Anotações de leituras.
·
SOUZA, José Garcia de. A epopéia do Correio Aéreo.
Rio de Janeiro: Revista Aeronáutica Editora (1986).
·
Guia Oficial do Museu Aeroespacial. São Paulo: C & R
Editorial, 2006.