sexta-feira, 10 de junho de 2011

A PROSPECTIVA NA EDUCAÇÃO

Enquanto as ciências e as artes progridem e criam continuamente novidades para atender às exigências da sociedade e do mercado, tendo em vista trazer benefícios para o ser humano, a Educação, simplesmente tenta adaptar-se aos resultados desse progresso para descobrir que rumos tomar e quais os melhores meios de preparar o aluno para o futuro.

Ela parece ter parado no tempo, pois muito pouco se antecipa ao progresso que acontece e raramente é prospectiva no sentido de estar preparada e programada para os novos tempos. 

Prospectiva é termo derivado de prospecção, usado em geotécnica que significa ver adiante para descobrir o caminho. Significa traçar plano para explorar o que existe, ou para realizar alguma coisa que se tem em vista.

“É planejar o que já se faz em educação para modificá-lo e melhor realizá-lo.”

O termo  Prospectiva é trabalhar para prever o que pode surgir no futuro.

Em geologia mineradora, prospectiva significa sondar o que ainda não se conhece, explorar o que se pressupõe já existir.  





O mundo de hoje está se tornando cada vez mais cheio de aparatos maravilhosos criados pela nanotecnologia que permitem ao homem alcançar e desvendar o infinitamente pequeno, como também pela macrotecnologia que o leva a sondar o imensamente grande na ânsia de descobrir os segredos do Cosmos e de sua própria existência.

Tudo isso fascina e encanta, mas ao mesmo tempo nos enche de apreensões e interrogações quando nos sentimos envolvidos por contrastes culturais e tecnológicos, ou enfrentando terríveis desequilíbrios sociais de distribuição de renda existentes na realidade em que vivemos do nosso dia-a-dia. 

São problemas os mais elementares e prosaicos que observamos diariamente os quais não podemos esquecer e nos comovem por atingirem milhões de pessoas e que parecem não ser assunto de preocupação para os cientistas, como, o alimento para combater a fome, o fim do analfabetismo, a poluição devastadora na indústria mundial, a erradicação de epidemias endêmicas, a mortalidade infantil, o desemprego e o trabalho escravo.

Essas são situações que deprimem o ser humano mas que não parecem sensibilizar, em suas estrondosas reuniões, os mandatários dos países super desenvolvidos ou em desenvolvimento que manipulam fabulosos orçamentos. Preferem eles alardear sua vaidade aplicando-os em feitos que chamem a atenção pela grandiosidade ou pela ignominiosa destruição em massa de povos, sob a máscara de utópicos inimigos da civilização. 



Os avanços da humanidade rumo a um futuro ainda muito incerto, trazem, sobretudo, preocupações a respeito do ensino a ser ministrado nas escolas aos atuais alunos, ensino esse que possa atender à pressa e às necessidades do mercado de trabalho dominado pelas transformações profundas advindas da tecnologia e criadoras do surgimento de novas profissões.



Um primeiro passo para iniciar esta dura tarefa será a de refletir sobre o que é a prospectiva educacional para entender e avaliar seu papel como nova área do conhecimento, e que vem sendo muito difundida nos países mais desenvolvidos ao tratar a maneira de pensar e orientar a educação no sentido de “preparar e planejar o futuro, a fim de que o homem não seja surpreendido, nem deixado ao acaso” frente ao que vem aí. 

A prospectiva é uma ciência moderna cujo objetivo principal na Educação é conseguir transformações básicas e significativas por meio de planejamento efetivo a ser realizado em quatro campos:

-          Nas escolas, reorganizando-as para torná-las locais de trabalho prazeroso para os alunos e professores.

-          Nos métodos e estratégias de ensino, renovando-os para que haja envolvimento dos alunos nas atividades pedagógicas e participação deles na sua formação.

-          Nos conteúdos curriculares, para atualizá-los e adaptá-los às novas exigências dos tempos modernos tornando-os mais significativos e interessantes para os alunos.

            -    Na formação, capacitação e interesse de seus professores, porque serão eles os braços e as mentes do sucesso  ou  fracasso daquilo que tanto se deseja.   

Para isto conseguir tem de se partir do pressuposto que as conseqüências do progresso da indústria  e da tecnologia, no mundo atual, vêm sendo sentidas de forma irreversível em todos os setores da vida e da sociedade e do ensino a ser ministrado nas escolas aos atuais alunos, ensino esse que possa atender à pressa e às necessidades do mercado de trabalho dominado pelas transformações profundas advindas da tecnologia e criadoras do surgimento de novas profissões.



Mais do que em qualquer outro campo, esta reorganização educacional deverá ser iniciada, preferivelmente, por uma boa formação básica do professor  e pela renovação de sua metodologia  de ensinar.

Os padrões vigentes, pautados nos velhos procedimentos de ensino-aprendizagem, deixam muito a desejar e sua mudança poderá ser acelerada, não apenas  superficialmente na prática do dia-a-dia em sala de aula, mas sobretudo nas mudanças a serem implantadas no modo de pensar e no comportamento do professor na busca e domínio de novos conteúdos e na aplicação prática de recursos inovadores, e sobretudo, no melhor desempenho de suas funções demonstrando competência, alterando suas crenças educacionais e seus valores pedagógicos.

Isto, na verdade requer uma revisão do papel costumeiro do educador e de sua capacitação continuada como profissional  e como pessoa. Para tanto deverá haver envolvimento e determinação dos administradores do próprio sistema educacional em termos de uma visão futura.



Hoje existem centenas de obras e estudos sobre o futuro da educação que poderão ser citados: A Educação Amanhã, da Ed. Vozes, Educar para el Futuro, de J. Joussellin, O Ensino no ano 2000, de Maurice Reuchlin, O choque do futuro, de Alvin Toffer, Aprender a ser, La Educación del Futuro, Learning for Tomorrow, etc.

É este interesse pelo que virá mais adiante e pelo que o homem deve ser no ambiente futuro, que tem ocasionado a organização de numerosos Cursos, Seminários e Debates em vários países seguindo o pensamento de Maurice Blondel e Gaston Berger pioneiros desta nova ciência.

Na década de 80 foi criado na Espanha, o Centro Internacional de Prospectiva da Educação que veio complementar os estudos da Conferência Internacional sobre Planejamento da Educação organizada pela UNESCO, o Relatório do Projeto Educação do Plano Europa 2000 e, ultimamente, as conclusões da Sociedade Mundial do Futuro realizada em Washington que discutiu a chamada “Educação futurística”.

Além desses estudos muitas e muitas experiências inovadoras saem das cabeças de corajosos professores que tentam pôr em prática idéias maravilhosas de reorientar o ensino e a educação em diversos pontos de nosso país, como também são implantadas em outros continentes.

São admiráveis sonhadores que procuram implantar mudanças na escola mesmo sendo chamados de visionários que não se conformam em ficar dentro de salas obsoletas, as mesmas usadas há duzentos anos.

Sirva de exemplo Loris Malaguzzi, o idealizador da famosa escola de Reggio Emília, na Itália, cujo Projeto Educativo baseia-se no currículo aberto utilizando situações de aprendizagem colhidas da realidade cotidiana e das experiências do aluno, que se tornou, hoje, um referencial de excelência, com seguidores nos Estados Unidos onde já existem mais de 200 escolas seguindo essa abordagem, como também na Dinamarca e em outros países. 



São educadores-heróis que não se acomodam com o que está aí, como nosso amigo, o admirável Zé Pacheco da Escola da Ponte, em Portugal, cujas idéias libertadoras lutam por uma educação diferente, e no momento orienta mais de dez escolas no Brasil que já rompem com turmas, séries, currículos artificiais, avaliações padronizadas, pois consideram cada criança como ser único e “irrepetível”, idéias estas que se alastram rapidamente e deixarão frutos valiosos.



Mudaram-se os tempos, os conteúdos objetos de interesse atuais são outros, mas o modelo com turmas, classes, lições, tarefas, currículos inadequados, recreios, continuam os mesmos, a mesma aula dada a todos, e todos são avaliados pelo mesmo teste, como se fossem peças iguais do mesmo molde.



Não adiante inaugurar salas com computadores, parafernália de internet,  quadros digitais, ou retroprojetores, contratar professores despreparados pedagogicamente, se a Escola continua  estagnada, acomodada à eterna rotina  do sinal do  entra-sai, sem quaisquer vislumbres de mudança inovadora e criativa.

    

A prospectiva é a ciência do planejamento visando ao futuro, uma vez que este sempre foi e continua sendo objeto de especulações, predições e preocupações do ser humano  para enfrentar aquilo que virá, e despertar-lhe o desejo de contornar situações possíveis e imprevisíveis que levem a agir para influir nos rumos de mudanças que ainda estão para vir.

Nesta visão, o futuro apresenta-se como o desejo de concretizar idéias, realizar intenções e transformar o que está aí.

Com relação à educação, de acordo com a prospectiva, o primeiro passo para iniciar o trabalho de renovação seria fazer um planejamento que adapte o presente, o aqui e agora, às perspectivas traçadas sobre o que virá, tendo em conta que a educação é uma variável dependente de critérios políticos, econômicos e tecnológicos.



1 - No primeiro momento não se trata de processo artificial adivinhatório, nem profético, mas processo prospectivo que precisa criar certas imagens concretas a partir de suposições sobre o homem e a sociedade de amanhã com seus limites, seus métodos de agir e seus conteúdos contextuais.

Os limites relacionam-se com as probabilidades considerando o que já está acontecendo com outras áreas das ciências.



2 - O segundo passo seria preparar-se para o futuro pela aquisição de informações e conhecimento dos problemas circunstanciais específicos da transição que dizem respeito à educação, ao ensino, aos procedimentos didáticos utilizados e a serem modificados.

Os métodos seriam os testados e outros inovados, tendo em vista o envolvimento do aluno como protagonista e autor da própria formação.

Os conteúdos temáticos seriam os referentes à educação renovada, e inovadora, às mudanças sociais, desenvolvimento econômico e tecnológico, ideologias, cidadania. 



3 - Uma terceira posição é a de “não ter medo de errar” em mudar essa escola que só produz insucessos, violência, incertezas para o futuro.



É natural que se tenha medo do erro, do duro exercício da profissão, de ficar sozinho sem apoio de ninguém, de fazer diferente, de ir contra o status quo da escola, mas sempre acreditar que será possível chegar ao que se quer.

Será preciso coragem até para errar e aceitar os erros como lições ou experiências de vida que podem levar à vitória. 

Quem sabe se estes atuais erros não serão o caminho para acertar, uma vez que “errar é fazer tentativas de acertar”, logo não é humilhante o insucesso, bem pelo contrário, deve demonstrar a vontade de prosseguir na busca do que é certo. Foi assim tudo que aprendemos na vida. “Errar também é humano !”



Temos de nos convencer que, ou decidimos agora pelas mudanças na educação assumindo compromissos e definindo prioridades a serem executadas de imediato, ou deixamos o futuro decidir por nós, sem que saibamos o que fazer como ofuscados pelo que vem chegando, ou ainda improvisamos atitudes e ações.



Antes de tudo há necessidade de refletir sobre o presente, sobre o que está aí à nossa volta, de forma racional, deixando de lado as emoções, o sentimentalismo e o apego desmedido ao passado, para traçar reformas que extirpem o ineficiente e o comodismo.

É verdade que este modo de agir só se concretizará a médio e longo prazo, uma vez que para preparar e implantar estas concepções, será preciso o tempo de uma década, uma vez que antes há necessidade de formar educadores renovados preparados e capacitados. 



Disto se conclui que a prospectiva não apresenta o futuro da educação que continuará sendo um enigma preocupante, mas preocupa-se com a educação para o futuro baseada naquilo que se fizer hoje com as crianças para o amanhã, portanto seu objeto é a educação a ser ministrada hoje, orientada para o futuro.



Vê-se que esta educação, mais que qualquer outra ciência, necessita ser planejadamente preparada, pois o educador de hoje tem nas mãos, não o homem do passado, mas o homem do presente a ser preparado para o futuro. Nisto está a forte motivação que deve dominar o professor que precisará aprender a planejar o que deve ser feito hoje com vistas ao amanhã, ou seja, planejar a ação de “ser agora” pensando no como gostaria que fosse, ou precisa ser no futuro.



Este modo de agir deve-se tornar para nós  necessidade que se manifesta em todas as ações que realizamos diariamente, uma vez que, queiramos ou não, nelas temos sempre subentendidas nossas intenções prospectivas que responderão à pergunta para quê farei isto? e cujas respostas serão aquilo que queremos conseguir no futuro, como nestes exemplos em que decidimos:

-          procurar um emprego ou serviço;

-          construir moradia;

-          comprar alimentos, bilhete de loteria;

-          tomar  vacinas, usar medicamentos;

-          adquirir uma entrada para jogo ou cinema,

-          freqüentar reuniões, cursos, etc

Nestas situações decisórias há sempre um aspecto conseqüencial por trás do aspecto causal.

As ações, como causas, são determinadas pelo desejo de obter efeitos que nos interessem, ou beneficiem,  ou que tenham repercussões futuras que nos atraem.

Trata-se, portanto, de causa e efeito com seus aspectos de interdependência.

Assim o que se fizer hoje, em termos de prospectiva educacional, terá conseqüências na vida futura do aluno.

Este é, na verdade o verdadeiro sentido atribuído pelos modernos estudos à prospecção na educação.



O “Centro Nacional de Investigação para o desenvolvimento da Educação da Espanha” elaborou uma lista de fatores causais, os quais vêm provocando a necessidade de mudanças urgentes na educação, são eles:

1 – A explosão demográfica social que conhecemos e também é manifestada pelos censos, no âmbito escolar, cujas portas, hoje mais do que nunca,  estão abertas a todos.

2 – A urbanização progressiva da população modificando os modos de viver e conviver e socializar-se.

3 – A reestruturação da pirâmide sócio-econômica do país possibilitando e dando condições de maior escolarização até mesmo às classes menos favorecidas.

4 – A pressão sócio-tecnológica geradora da necessidade de melhor e específica titulação acadêmica exigida para quem se candidata a qualquer área de trabalho.

5 – A ampliação da educação e a procura de melhores condições salariais possibilitam a promoção profissional.

6 – A importância e universalização dos meios de comunicação de massa que facilitam a divulgação e aquisição do conhecimento.

7 – O aumento do tempo livre que permite acesso e consumo de cultura.

8 – O desenvolvimento econômico traz acesso ao ensino em todos os níveis.

9 – As mudanças tecnológicas obrigam a ampliar o tempo de escolaridade.

10 – A massificação da produção cultural facilita a educação e o ensino escolar.

11 – O caráter instrumental da cultura possibilita maior educação

12 – A influência do progresso tecnológico faz crescer o progresso econômico.

13 – O aumento da demanda de profissionais mais qualificados para cargos de pesquisa e tecnologia.

14 – O investimento em educação tem retorno rentável.

15 – O emprego da tecnologia exige novos conhecimentos e outra formação dos profissionais .

16 -  A capacitação e qualificação do professorado  torna-se imperativo para modificar o processo educacional.

17 - A contribuição da tecnologia educacional facilita a melhoria do ensino-aprendizagem.

18 – A influência dos contextos sócio-econômicos repercutem na educação.

   

Apesar dos tempos terem mudado muito, grande número de escolas ainda  continua propondo os mesmos conteúdos, com as mesmas perguntas e dando as mesmas respostas para antigos problemas.

Elas ainda não entenderam que tudo está se transformando à nossa volta em virtude do futuro que temos pela frente, o qual precisa ser encarado com outra visão, outro planejamento.

Há escolas que se consideram renovadas, mas na verdade usam apenas  disfarces para encobrir a reprodução de tudo como era no passado e para o enfrentar usam meios de pseudoinovação utilizando quadros e bolas coloridas, TVs em sala de aula, ou mesmo dois ou três computadores guardados a sete chaves para que não sejam estragados por usuários inexperientes.

Ledo engano! Isso não é renovar a educação.

Outras, aparentemente mais sérias exibem como bandeira inovadora seu rompimento com o passado, e mostram nova reformulação social, ética, ideológica do ensino que defende valores e competências mas que precisam de outros questionamentos e respostas diferentes, e infelizmente falta-lhes professores mais qualificados e capacitados e de mente aberta.

Este segundo enfrentamente do futuro parece ser bem melhor, pois não vem para acabar com a herança do passado, mas apenas sair do convencional para dar direito ao exercício da criatividade e da cidadania. Vem para ampliar horizontes, respeitar e retomar padrões e paradigmas com características sociais, culturais e históricas do país, para dar nova feição atualizada e aperfeiçoada a uma educação sem normas rígidas, nem respostas prontas.

Estas instituições escolares têm e seguem um projeto educativo e pedagógico inovador que procura alternativas, explora o potencial dos alunos e dos professores e possa atender às novas necessidades. Elas são merecedoras de incentivo pois procuram trilhar o caminho certo.

Este novo modo de encarar o futuro impõe, necessariamente desafios a todos aqueles que compõem a comunidade escolar que precisam:

            - Acreditar que vivemos um momento histórico que exige reflexão e revisão do passado e de reorientação do rumo que leva ao futuro, visando novos objetivos com uso de outros recursos metodológicos e a busca de outros caminhos a seguir;

         - Acreditar que a realidade de hoje é outra e a de amanhã será bem mais diferente e que para vivê-la não serão suficientes apenas reajustes nos procedimentos didáticos de ensinar, mas uma renovação mais profunda nas crenças, nos valores defendidos, como nos modos de agir;

            - Acreditar que a universalização do saber para servir e ser útil à sociedade precisa de ensino integrado e multidisciplinar para responder à pergunta: de que escola e de que ensino precisamos para o futuro?

- Acreditar que ainda a escola está viva como vem se notando em  muitos e muitos lugares, mas que necessita ser alimentada com novas energias para pôr em prática atividades e metodologias diferentes das tradicionais, com idéias criativas e motivadoras do interesse dos alunos.



Aqui parece estar o embrião de escola para o futuro. Ou nos decidimos agora assumindo compromissos a médio prazo com a renovação, ou deixamos por conta do que virá no futuro, sem planejar, nem prever as conseqüências comprometendo nossos alunos.

A questão básica do futuro da escola está em definir prioridades e assumir compromissos de ações que tragam resultados evidentes relacionados aos objetivos propostos.

Isto é o que se denomina planejar prospectivamente para preparar um conjunto de decisões a ser postas em execução hoje para atender certos objetivos do amanhã.



O futuro depende das decisões que forem planejadas e feitas agora.

A educação tem de se empenhar em preparar os homens para o tipo de sociedade que ainda não existe, mas pode ser prevista, como a indústria procura conhecer a reação e os desejos do consumidor para manter seu mercado comprador e para isso antecipa-se aos concorrentes, fabrica e melhora seus produtos, adianta-se às mudanças que ocorrem e avança pela criatividade e a inovação e vence a competição.

A escola precisa produzir um aluno melhor, um profissional eficiente, pensando e criando uma metodologia que atenda às mudanças destinadas a formar recursos humanos competentes.

Que seja capaz de vencer a luta antagônica da tradição versus renovação e ficar convencida que qualquer mudança é processo que se desenvolve  paulatinamente todos os dias nas tarefas didáticas dentro de seus muros.       




quinta-feira, 2 de junho de 2011

Poema - Homenagem a Lençóis

HOMENAGEM  A  LENÇÓIS

                                    Por: Prof. Jorge S Martins


Amigo visitante !
A terra que pisas é sagrada.

Já foi um santuário ecológico

que mãos devastadoras profanaram.

Em tuas caminhadas, admira a natureza
e não te espantes com as tristes ruínas que encontrarás!
Elas são o testemunho inerte do que pode fazer
a ganância e a ambição humanas.
Daqui saíram a riqueza de poucos e a miséria de muitos!

Amigo turista !

Comove-te com a natureza entristecida
enquanto suas dores não acabarem.
Respeita-a  quanto puderes
e torna-te um defensor do equilíbrio natural
rompido pelo homem devastador.
Observa preocupado
como aqui foram descumpridas
as três leis da Ecologia;
- Vê como quebraram
a interdependência dos elementos naturais.
- Ao destruírem  um,  prejudicaram os demais.
- Esqueceram que os elementos da natureza são finitos.

Amigo trilheiro !
Vem usufruir deste clima maravilhoso,
Das matas, abrigo de animais silvestres,
Do frescor das águas, das cachoeiras caindo da serra,
Das inúmeras misteriosas grutas...
Pára um minuto. Procura uma sombra. Descansa.
Fecha os olhos e escuta o choro do Vento nas escarpadas,
O murmúrio das Águas nas pedras, a cantilena das aves.
Ouve, também, os gritos de socorro
saindo das crateras tumulares, de onde esqueléticos
braços desnudos
levantam-se para o céu, pedindo compaixão !

Acreditamos que diante daquilo que vês
ficarás sensibilizado como ser humano e, quem sabe,
talvez  uma oculta e sentida lágrima umedeça teus olhos.

Participa conosco de uma nova consciência ecológica,
nada fazendo que agrida este monumento fantástico
que Deus nos deu e queremos legar perfeito a outras gerações
para que elas  nos elogiem e abençoem.
Ajuda-nos a reconstruir o que os antepassados destruíram,
por tanto tempo, sem pensar em nós.

Caro, turista !

Antes de partires, lança um último olhar de despedida
para a terra que visitastes, atira-lhe uma flor silvestre
como homenagem tua, e, para onde fores e onde puderes,
planta ou beija uma árvore, como dádiva à natureza-mãe.