sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

CURIOSIDADES V


Meus amigos visitantes deste Blog, admirem a maravilha da natureza que é a Vespa Amófila. Conhecê-la é bom!

Há muitos anos fui visitar um amigo e ao entrar no portão da casa vi na pequena cobertura, várias bolinhas de barro coladas por baixo das telhas e dos caibros e perguntei o que era aquilo. Ninguém soube explicar, apenas diziam que eram ninhos de vespas.
Como pesquisador sempre gostei de saber o quê e o porquê das coisas que encontro e logo comecei a investigar o fato, a observar e ler tudo sobre vespas e insetos e descobri muitas informações sobre a origem e os construtores desses estranhos ninhos, uns redondos e outros tubulares .

Mas, afinal, o que são essas vespas chamadas amófilas?


Há duas espécies delas: as Sociais e as Solitárias, ambas são vespas que se alimentam de néctar e pólen de flores.
As sociais fazem favos coletivos como as abelhas comuns criam uma rainha que depositará ovos nos alvéolos construídos por elas  e neles alimentam as larvas-filhotes com mel especial e alimentam-se com o que produzem. São os arapuás, marimbondos, vespas grandes e pequeninas.


Colméia social com rainha depositando ovos nos alvéolos

 

A categoria solitária faz sozinha seu ninho para depositar seus ovos e criar os filhotes, geralmente feito de barro, quer na forma de bolinha ou tubular. São vespas de maior porte e com ferrão, chamadas também “daubers da lama” por usarem esse produto.

Os daubers da lama são vespas longas, delgadas nas cinturas. O nome deste grupo vem dos ninhos que são feitos de barro moldado pelas fêmeas.

Há três espécies diferentes de daubers da lama, cada uma com coloração distintiva: o dauber da lama de coloração preta e outra amarelo, e um dauber metálico-azul com asas azuis que fazem o ninho em buraco no chão.

O dauber da lama, como o nome indica, constrói ninhos na forma de bolinhas.   O ninho dos daubers pretos e amarelos consta de uma série das tubinhos cilíndricos que são emplastradas. O dauber metálico-azul da lama não constrói ninho, mas simplesmente usa os abandonados ou o faz em buracos no chão onde imobilizam aranhas para nelas pôr os ovos.

Quem ainda não viu essas bolinhas ou tubinhos de barro nas paredes e tetos das varandas das casas? 

São os lindos ninhos das amófilas construídos por dias seguidos com barro que carregam nas patas em pequeninas bolinhas e os  moldam em tubos ou bolinhas, como artesão habilidoso, para neles criar seus filhotes. 

 

Logo que o  ninho está pronto a vespa vai na busca de alimento para os futuros filhos que nascerão dos ovos.

Quem lhe disse de fazer isso? – A natureza.

Ela sai à procura de lagartas nos vegetais e as imobiliza dando-lhes nove picadas nos 9 centros motores do movimento, sem as matar.

 

Quem lhe ensinou isso? – A natureza.

Ela segura com as mandíbulas a lagarta pela cabeça apesar de se debater, e espeta três vezes o ferrão no tórax e em três anéis do abdômen da vítima, anestesiando-a, deixando-a impossibilitada de andar e apenas se enrola e desenrola.

 

Como um anatomista a vespa, após ferroar a lagarta, fica a seu lado batendo-a com suas mandíbulas, passando sobre ela com precisão admirável, vibrando as asas, até seu veneno fazer efeito, ou enterrando mais vezes o ferrão para que fique imóvel, sem estar morta.

Isto é maravilhoso de observar para o pesquisador ou o estudioso de biologia que assim adquire informações valiosas sobre essas criaturas!!
 

Só então, após bater com as mandíbulas na cabeça da presa repetidas vezes até deixa-la ficar totalmente imóvel, resolve carregá-la para o ninho pois acha que está apta para servir de alimento às futuras larvas que vão nascer dos ovos que vai depositar nas costas dela.

  

Após desovar sobre a lagarta paralisada a vespa fecha com barro a entrada do ninho. Nunca mais ali volta, pois fez o que a natureza lhe ordenou: “multiplicai-vos.” 

Com o calor e o tempo desses ovos saem larvas brancas que vão se alimentando do corpo vivo e imóvel da lagarta e ali crescem.

 


Nessa estufa vão passando pelas fases de larvas, depois de pupas e por fim de vespinhas que, ao terem força suficiente, começam a abrir buracos na parede redonda da casinha de barro e dali saem voando.

Quem as mandou fazer isso? A natureza.

 

Sim. A autora dessas maravilhas é a mãe natureza que faz recomeçar nova vida em cada amófila da lama que nasce dentro da casinha de barro.

 

Essas transformações se processam por algumas semanas.

 

Ainda não foi cronometrado o tempo exato de duração das metamorfoses da vespa amófila.

Será um belo trabalho para nossos jovens futuros cientistas que no NUPEC (Núcleo de pesquisas e estudos científicos) do Centro Cultural de Lençóis se capacitarão para se aprofundarem nas pesquisas desses insetos.

Além do mais eles serão divulgadores da ciência nas escolas e cada um se tornará um legítimo guardião prestimoso da rica biodiversidade da Chapada Diamantina.

 

REFERÊNCIAS

Minhas anotações de leituras realizadas.

Notas de meus Cadernos de pesquisas

Imagens da Internet

sábado, 24 de novembro de 2012

A HISTÓRIA DA ESCRITA


A HISTÓRIA DA ESCRITA

 

Durante meus longos anos de magistério, muitas vezes  ouvi a pergunta: - professor, como surgiu a escrita no mundo?

É verdade que nem sempre podia dar explicações históricas, mas nunca me furtava a fazer um retrospecto sintético desse tema dentro da evolução das civilizações e dividia-o em períodos que se sucederam ao longo dos tempos:

       - os pictogramas

       - os ideogramas

       - a escrita consonântica

       - a escrita alfabética.

Para atender a curiosos que nem sempre querem ou podem procurar explicações mais detalhadas nas enciclopédias ou na internet, aproveito nosso blog HAJA LUZ para divulgar algumas informações sobre esse assunto.    

Nos tempos pré - históricos mais remotos da humanidade, foi a vontade ou a necessidade de comunicação entre os integrantes das comunidades primitivas, o principal fator, que desencadeou neles a busca de conseguir gravar aquilo que viam ou faziam e gostariam de falar.

As mais antigas manifestações pictóricas desse desejo,  manchas, rabiscos simples e marcas de mãos nas paredes das cavernas que foram habitadas  por  trogloditas.
 
 

Isto, a que se costuma chamar de escrita, na verdade não é outra coisa que petróglifos, (sinais e desenhos nas rochas) fruto da capacidade criativa do homem primitivo.

Esses sinais eram destinados, talvez, a perpetuar sua presença no local, o que fazia, os episódios de que participava, ou mesmo tinham alguma finalidade mítica.

A atual análise feita por estudiosos e pesquisadores desses desenhos rupestres (desenhos nas rochas) sugere à consciência de quem os vê a noção daquilo que nossos antepassados primitivos queriam transmitir, ou em algo que acreditavam poder lhes acontecer.

 

Possivelmente, a idéia que o homem teve ao deixar gravadas  formas elementares de comunicação, possivelmente surgiu nele pela inteligente observação e pela imitação de coisas que encontrava e das quais recebia  informações.

Por exemplo: o rastro dos animais, as pegadas no chão mole, as cinzas das fogueiras, o resto de comidas, ou utensílios abandonados, eram sinais evidentes (índices) da presença de animais ou de homens no local onde isso era encontrado.

Os índios brasileiro que não tinham nenhuma forma de escrita em seu estágio cultural muito atrasado, usavam sinais

nos troncos das árvores para comunicar sua passagem por ali. 

Cada sinal desses lembrava de imediato o que, ou quem o causou e o que queria dizer.

 

Este modo de descobrir e ver as coisas do homo primitivo já evidenciava o “homo sapiens” (homem inteligente) pré - histórico que logo começou a pôr em prática meios rudimentares de pinturas e desenhos para se comunicar com seus semelhantes.

                                                                                                 

Mas ainda nada disso era escrita, no sentido de sinais gráficos que servissem de linguagem para fazer mediação  entre ele e os outros  quando estivessem  ausentes.

                         

               ESCRITA PICTÓRICA DO EGITO ANTIGO
 
 

O progresso cultural continuou, e as marcas de objetos, animais, pessoas, coisas, aos poucos, foram sendo substituídos por traços simples ou desenhos que os representassem e passaram a ser incorporados aos processos de  comunicação gravada cuja leitura indicava suas ideias.

 

Assim surgiram os pictogramas, ou desenhos figurativos simples destinados a transmitir informações, ou para expressar crenças míticas.

A representação de um animal sendo abatido, talvez não fosse para expressar o fato em si, mas a crença de poder matá-lo; a lança não era  a arma, mas símbolo do poder, da guerra.

 

 

                 ESCRITA CUNEIFORME

 

Acredita - se que a escrita propriamente dita, começou há milênios quando os sumérios inventaram sinais gráficos convencionais os – cuneiformes – (formas de cunha), gravados em tijolos de barro cozido, ou em pedaços de madeira que empilhavam em paredes como bibliotecas rudimentares constituindo textos ou conjuntos com listas de produtos e objetos que comerciavam na Mesopotâmia.
 

A evolução da escrita simbólica e convencional aconteceu, sobretudo, no Egito antigo, a partir dos pictogramas ou desenhos simplificados até então usados, os quais deram origem aos hieróglifos feitos com desenhos de partes de animais, do corpo humano, plantas e objetos, que os sacerdotes  utilizavam como escrita para  registrar e “armazenar” em pergaminhos, em sarcófagos e paredes dos túmulos dentro das pirâmides com informações  sobre a vida e a história dos faraós. Esses hieróglifos foram decifrados por Champollion a partir da descoberta da Pedra de Roseta.

 

 

A PEDRA  de ROSETA

Pedra de Roseta é um grande bloco de granito de cor escura mostrando um texto em duas escritas, em antigo  grego e em hieróglifos egípcios.
Esta pedra-texto foi descoberta em 1799 por soldados  de Napoleão Bonaparte quando ele conquistava o Egito ao percorrerem a região de Roseta.


O texto  nela gravado foi estudado e traduzido pela primeira vez em 1822  por Jean François Champollion conhecedor profundo de línguas antigas e que fazia parte da expedição de Napoleão. Ele conseguiu decifrar o texto comparando as versões de escritas que nele havia e descobriu que o texto  referia-se a um decreto de Ptolemeu V do Egito.

Com este fato revelou-se ao mundo a  milenar e grandiosa civilização egípcia.          

Hoje, a pedra encontra-se no Museu Britânico de Londres.      A escrita hieroglífica podia ser escrita em linhas ou colunas, tanto da esquerda para a direita, quanto da direita para a esquerda. Para identificar a direção de leitura de um determinado texto, observava-se a direção para onde os sinais estvam voltados. Ela indicava o início do texto.

Com o tempo os egípcios foram simplificando seus desenhos em “logogramas”, cada um como sendo uma palavra.

Os “ideogramas” eram conjuntos simbolizando idéias, e até mesmo o pensamento abstrato, fugindo do significado próprio de cada figura desenhada. 

Era o deslanchar da escrita com a qual o homem começava a registrar  os fatos vivenciados por ele mesmo  e assim podia comunicá-los aos outros.

 

A simplificação e a estilização desses desenhos foi conduzindo ao uso de traços reduzidos e convencionais para substituir os inumeráveis sinais pictográficos de que se utilizavam para representar as palavras e conseqüentemente os pensamentos.

                                   A ESCRITA FENÍCIA

 

Os fenícios usavam apenas as consoantes organizadas em código de 24 caracteres para simplificar a escrita complexa egípcia. Chegaram por esse caminho à decomposição da palavra em sílabas. 

Datam de cerca 1.400 a.C. os achados da primeira escrita fonética alfabética, a escrita ugarítica.

É o primeiro alfabeto de que se tem notícia, composto de 27 consoantes e 3 vogais.  Na leitura deste alfabeto as vogais  eram deduzidas a partir da compreensão do contexto verbal.

                             O ALFABETO GREGO

Após a decadência de Ugarit, a escrita fenícia, foi adaptada pelos gregos e originou ao alfabeto grego, com o acréscimo  dos símbolos das vogais e que foi  denominado pelas duas primeiras letras,  o  alpha e o beta, (ALFABETA) do código que usavam para escrever.

O alfabeto grego posteriormente originou o alfabeto romano ou latino e que ainda hoje é o utilizado na língua portuguesa e nas línguas neolatinas.

Os romanos utilizaram e simplificaram o alfabeto grego adaptando-o à escrita de seu idioma, o latim, língua que eles impuseram a todos os povos dominados que formavam seu império. Foi através deles que este código se difundiu para formar todas as línguas originadas do latim, - as neolatinas - como é o caso do português.

 

Esta é a razão porque nossa escrita não é totalmente fonética, isto é, as letras não correspondem aos sons da fala, mas é etimológica, ou histórica, isto é, aproveita os sistemas alfabéticos do grego e do latim.

É por esta razão que no português podemos ter representado: um som por uma só letra, ou por duas ou mais, ou então uma só  letra representando  vários sons, ou mesmo nenhum.

 

A escrita é apenas uma forma visível de representar as idéias e pensamentos criados na mente e são invisíveis.

As idéias são imateriais e pelos símbolos da escrita concretizam-se  em grafemas (letras) perceptíveis no discurso textual escrito. 

 

A invenção da escrita, foi surgindo lentamente através da criatividade, por isso é considerada uma das mais fantásticas e proveitosas invenções culturais humanas.

É por meio dela que o homem consegue traduzir em símbolos gráficos as palavras faladas, haver comunicação  entre os povos.

Além do mais, com a invenção da imprensa e dos modernos processos tecnológicos de gravação da fala, há possibilidade, também de registrar os fatos e suas experiências e perpetuá-las indefinidamente, como também transmiti-las e difundi-las instantaneamente a todos os cantos do mundo.

 

Como na Noruega existe em subterrâneo a “Arca de Noé Vegetal” com sementes e amostras do mundo todo, dizem (não tenho confirmação), que nos EEUU, já existe “A Biblioteca do Mundo”,  dentro de uma montanha, protegido das maiores radiações e perigos, um imenso estoque catalogado de tudo que é utilizado em comunicação no mundo inteiro.  É uma maravilhosa reserva da nossa civilização para futuras gerações que virão a conhecerem.   

 

Por isso tudo, é que muitos antropólogos e sociólogos afirmam que o verdadeiro início da civilização humana aconteceu com a invenção da escrita que se ampliou com o descoberta e uso da imprensa.

 

                        UMA CURIOSIDADE

QUE ALFABETO USOU MOISÉS

AO ESCREVER

O ANTIGO TESTAMENTO?

 

Quando tinha 40 anos, Moisés fugiu do Egito escapando da ira de Faraó e veio para a terra de Mídiã, na Península do Sinai.                                                                                        Ali conheceu Jetro, sacerdote do Deus Altíssimo e se casou com sua filha Zípora. Tiveram dois filhos. Ao primogênito chamou Gérson (Êxodo 2:22), e seu segundo filho deu o nome de Eliezer, que significa "Deus é minha ajuda".
E foi ali que Deus lhe apareceu na 
sarça ardente , e dele recebeu os Dez Mandamentos e de toda a lei . 

As  escavações arqueológicas no monte Sinai têm provado que Moisés (1.500 A.C.) escolheu a escrita fonética para escrever os livros do Pentateuco por ser uma língua alfabética simples, entendida por povo, de mesma origem e religião. 

 

Acredita-se que ele escrevia os livros enquanto pastoreava os rebanhos do seu sogro nas campinas de Mídiã a cerca de oitenta quilômetros do Monte Sinai e ali viveu e recebeu de Deus as tábuas dos Dez Mandamentos.

O povo que ali habitava era de origem semita e praticava uma religião muito semelhante à dos israelitas, como foi observado pelos restos deles descobertos pelos arqueólogos.  

                                                    

Em 1904 e 1905, o Cientista Flinders Petrie, fazendo escavações na Península do Sinai, patrocinadas pela Escola Britânica de Arqueologia no Egito, descobriu algumas inscrições com alguma semelhança com os hieróglifos.

Era uma escrita alfabética chamada de proto-fenícia dos cananitas que ali viviam  no tempo de Moisés, simplificaram a escrita egípcia e criaram uma escrita alfabética que representava os sons da fala em vinte e dois sinais.              

Fonte: Internet e pesquisas.

sábado, 3 de novembro de 2012

ORIGENS DA LÍNGUA PORTUGUESA



A língua portuguesa hoje falada por 241 milhões de pessoas em 10
países, teve sua origem nos dialetos falados pelos povos de origem
céltica que habitavam o noroeste da Península Ibérica. Estes
linguajares fundiram-se com o latim falado pelas legiões romanas que
ao invadiram a região no século I a.C. tornaram seu uso obrigatório
aos povos dominados.
Estes falares “romanicamente”, como eram assim identificados os
dialetos da época, evoluíram e se modificaram gradualmente durante 400
anos, originando as línguas neolatinas peninsulares.

É costume dividir a história da Língua Portuguesa em três grandes períodos:
1 - Proto - histórico: do século IX ao XII. É o da língua apenas falada.
2 - Português Arcaico: do séculos XII ao XV. É o da língua falada e
já escrita.
3 - Português Moderno: do século XV até hoje.

A partir do século V d.C., com o declínio da romanização, quando não
mais havia a imposição oficial para falar o latim, como língua
obrigatória, começou a se formar e a tomar corpo, na Lusitânia, ao sul
da Galícia, o “falar portucalense”, que foi denominado dialeto galaico
- portucalense, miscelânea de restícios dialetais célticos com o latim
vulgar usado pelo povo.

Este dialeto, durante muito tempo, foi apenas falado. Entretanto, a
partir dos séculos VIII e IX, em documentos escritos da época,
aparecem algumas de suas manifestações sob a forma de palavras
populares misturadas ao latim bárbaro ou baixo latim, linguajar este
usado pelos escrivães para redigir as doações, partilhas, de maneira
a facilitar sua compreensão pelo povo.

A linguagem escrita, já afastada da forma clássica latina, usava
processos analíticos com a preposição de, a conjunção que, e
abandonava as declinações latinas introduzindo flexões de plural e de
gênero e apresentava modificações fonéticas bem acentuadas, como V=U
como se observa neste documento que é uma carta de venda e doação de
1026:
Christus. In Dei nomine, ego Meitilli kartula uenditiones facimus ad
tiui Octicio de ereditate nostra propria que auemos de auolenga et de
parentorum nostrorum in uilla Kabanones et in Muradones IIIIª
.................et sakastes nobis de barcas de laudomanes et
dedistis pro nobis uno manto lobeno e una spata .......
Somente a partir do ano 1000 é que se tem notícia do dialeto
galaico-português escrito, isto porque foram encontrados pergaminhos
com versos transcritos de cantigas de trovadores medievais, e que hoje
formam os Cancioneiros, como também com textos narrativos de lendas e
romances em prosa.

Já se percebe a definição da língua portuguesa a partir do galaico dos
trovadores tendo entretanto muitas influências do castelhano e do
provençal. É bem visível isto nestas duas cantigas, feitas,
provavelmente, para serem cantadas.
A primeira é considerada o mais antigo documento em verso, talvez do
ano 1189, de autoria de Paay Soarez de Taveiroos. Foi dedicada a Maria
Paes Ribeiro, a Ribeirinha, cortezã favorita de D. Sancho I, e a
outra de D. Affonso X, rei de Castela.
Ambas estão escritas em galaico, dialeto preferido pelos trovadores
da época, como esta considerada a mais antiga .
No mundo non m’ ei parella,
Ben ssabia eu, mha senhor,
mentre me for como me uay,
que, poys m’ eu de uos partisse,
ca ia moiro por uos, e ay !
que nunc’ aveeria sabor
Mia senhor, branca e uermella
de rem, poys uos eu non uisse,
queredes que uus retraya,
porque uos ssodes a melhor
quando uus eu uj en saya.

dona de que nunca oysse
Mao dia me leuãtey,
omem falar,
que uus enton non uj fea !
ca o uosso boõ ssemelhar
sey que par
nunca lh’ ome pod’ achar.

A linguagem dos documentos, tanto em verso, quanto em prosa,
representa bem o português que era falado correntemente, já
apresentando uma certa evolução morfológica e sintática.
Apenas a transcrição escrita das palavras segue a fonética, isto é,
procura representar pelas letras os sons da fala, variando muito, até
dentro do mesmo texto, pois ainda não havia normas para escrever a
língua, nem para disciplinar a escrita. Isto só vai ocorrer muito
depois.
Os mais antigos documentos em prosa portuguesa datam mais ou menos do
mesmo período das cantigas, e são também transcritos em linguagem
popular.
Nota-se nesta linguagem que pouco restava do latim, agora
dominado pelas alterações impostas pela fala através dos tempos. Estes
textos apresentam mais um aglomerado de formas estereotipadas e
modismos, cheios de defeitos e enriquecidos por muitas influências
lingüísticas.
Vejamos isto na linguagem deste Testamento de D. Afonso II com data de 1214:
En o nome de Deus. Eu rei Don Afonso, pela gracia de Deus rei de
Portugal, seendo sano e saluo, temete o dia de mia morte, a saude de
mia alma, e a proe de mia molier, raina Dona Orraca, e de meus filios
e de meus uassalos e de todo o reino, fiz mia mãda, per que, de pos
mia morte, mia molier e meus filios e meu reino e meus uassalos
...........


E neste outro documentos de D. Diniz com data de 1309.

Dom Denis, pela graça de Deus, rej de Portugal e do Alguarue, a
quantos esta carta virem faço saber que eu recebo em mjnha guarda e e
mjnha encomeda e so meu defendimeto todollos scollares que steuerem no
Studo de Cojmbra e os que pera elle vieerem emquamto forem e veerem
pera elle, por que mando e defendo que nenhuu non faça mal a esses
scollares nem os feira ne os traga mall, ca aquelle que o ffizesse
peitar-me-ja os meus encoutos de seis mill soldos e o sseu corpo
staria aa mjnha merçee.


Foi deste caldeamento lingüístico, considerado dialeto romanço
intermediário, que se originou, realmente a Língua Portuguesa, a qual
através dos tempos passou por acentuadas transformações.

Literária e oficialmente a Língua Portuguesa só começou a existir a
partir de 1139, data da separação de Portugal da Espanha ao ser
oficializada e reconhecida sua própria monarquia afonsina. Entretanto,
a autonomia lingüística só se firmou no reinado de D. Diniz.

Este outro documento em prosa data de 1344. Já se nota nele que há
mais estabilidade e mais uniformidade na língua portuguesa.


Este he o mui alto e muito excelente rey Dom Affonso Anriquiz, o
primeiro rey de Portugal, filho de Dom Anrrique, que foy conde de
Portugal e da ifanta Dona Tareyja.
Da parte de seu padre descendeo per linhagem dereita dos reys
d’Aragam, e da parte da ssua madre, dos rex de Castilla. E este
muito excelente rey foy o primeiro que acrecentou em a Espanha a mui
alta dinidade da coroa dos rex de Portugal. E elle venceo em a batalha
o conde de Trastanara, que era casado com sua madre, porque lhe
occupaua o senhorio, e per menagem o fez hir morar fora da Espanha.
E uenceo o emperador seu primo com todo o poder de Castela e de Leom e
do reino d’Aragom, onde se chamam os Arcos de Val de Uez, porque lhe
queria tomar sua terra.


O vocabulário português é formado por muitas palavras latinas, muitas
delas modificadas com o passar dos tempos, sendo que outras
permaneceram até os dias de hoje, e coexistem, com algumas
estrangeiras incorporadas à linguagem primitiva e alteradas pela
influência da fala popular e atualizadas pela grafia vigente.

Os textos seguintes são do período quinhentista, quando predominavam
as Crônicas, como é o caso do primeiro exemplo e também já se
destacava a eloqüência, como aparece no segundo exemplo.

Como a noite foy trazendo a fim de sua escoridade e o sol começou de
ferir no oriental orizam, os mouros que sairam da çidade tomaram ssuas
molheres e filhos e leuaram-nos pera çima da serra, onde as leixam
acompanhadas d’aquelles que por rrezam de ssua velhiçe nom podiam
jnteiramente seus membros. Todollos outros rrijos e poderosos pera
pelejar se vieraam caminho da çidade com enteçam de tornarem aa
escaramuça com os christãaos.....



Senhores fidallgos e homrradas pessoas que ora de presemte estaaes.
Bem sabees como somos aqui juntos, pera com a graça de Deus e sua
ajuda avermos de trautar e acordar as cousas que compridoiras som
pera rregimento e governamça d’estes rreinos, espeçiallmente em feito
de deffemssõ da guerra, na quall somos postos e tã prestes teemos como
todos bem sabees....


Nos séculos XIV e XV, com o movimento renascentista, houve uma
renovação literária provocando a busca das origens eruditas clássicas
da língua portuguesa, tendência esta que foi causada pela descoberta e
pelas traduções de obras gregas e latinas, assim como pela difusão dos
estudos clássicos nas universidades já existentes.

Este movimento procurou aproximar mais o português de suas fontes
originais estabelecendo-se com ele duas correntes lingüísticas, uma
popular de continuísmo com mutações diacrônicas e outra erudita ou
clássica pelo aperfeiçoamento e introdução de novo léxico na língua
literária.
Foram-se distinguindo os dois tipos de língua: o popular sempre vivo e
sempre em transformação, e o literário fixando-se mais nas obras
escritas.
Em 1536 surge a primeira “Grammática da Língua Portugueza” de João de Barros.
A partir de então sente-se mais uniformidade e renovação da língua nas
formas: poesia, dramaturgia e, sobretudo oratória, nas quais foram
introduzidos modelos greco-latinos, que estiveram tão em moda na
época, como observamos neste sermão de Vieira:


Huma das cousas mais notaveis, antes a mais notavel de quantas disse
David, são aquellas palavras do Psalmo setenta “Adjiciam super omnem
laudem tuam”, quer dizer: Senhor, vos louvarey de tal maneira, que
sobre todo o vosso louvor, ainda hey de accrescentar mais. Chamey a
esta proposição notavel, e deveralhe chamar contraditoria, e
impossivel. Deus he todo poderoso: e perguntão os Filosofos: se pode
Deos fazer tudo, quanto pode?


A língua portuguesa clássica, por imitação do latim literário, usa a
ordem indireta, as formas sintéticas, e mais adjetivação, com muitas
figuras, e assim a prosa atinge o mais alto grau de perfeição, como
vemos nestes versos de Camões:


Quem diz que Amor é falso ou enganoso
Amor é brando, é doce e piedoso;
Ligeiro, ingrato, vão, desconhecido,
Quem o contrário diz não seja crido;
Sem falta lhe terá bem merecido
Seja por cego e apaixonado tido,
Que lhe seja cruel ou rigoroso
E aos homens, e inda aos deuses, odioso.


Do movimento de latinização, surgiram os processos sincréticos e
híbridos morfológicos, ainda hoje em uso, como por exemplo: dedo /
digitar, de boi / bovina, de olhos / ocular, chão / plano, mancha /
mácula, e tanto outros, o que não deixa de ter sido um enriquecimento
extraordinário para nossa língua.

Observam-se bem estas transformações neste texto da carta de Pero Vaz
de Caminha, datada de 1º de maio de 1500, e enviada ao rei D. Manuel
para dar-lhe notícia da terra descoberta - o Brasil.

24 de abril, sexta –feira de 1500
..... A feição deles (dos índios) é serem pardos, maneira
d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus,
sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma coisa cobrir nem mostrar
suas vergonhas; e estão acerca disso com tanta inocência como têm em
mostrar o rosto.....

.......Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas
dessem, e folgou (alegrou-se) muito com elas; e lançou - as ao
pescoço, e depois tirou-as, e embrulhou-as no braço, e acenou para a
terra e então para as contas e para o colar do capitão (Cabral), como
que dariam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós assim por o desejarmos;
mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não
queríamos nós entender, porque lho não havíamos de dar (o colar).

25 de abril, sábado
.... Outros traziam carapuças de penas amarelas; e outros de
vermelhas; e outros, de verde. E uma daquelas moças era toda tinta de
fundo a cima daquela tintura, a qual certo era tão bem feita e tão
redonda, e sua vergonha tão graciosa que a muitas mulheres de nossa
terra, vendo-lhe tais feições, fizera vergonha por não terem a sua
como ela. Nenhum deles era fanado (circuncidado), mas todos assim como
nós.......



Com o período setecentista a língua volta a ter um retorno às origens
pela nova latinização do chamado neoclassicismo, que por sua vez
muito a enriqueceu.

Com a chegada do Romantismo a fixação e estabilização da língua
parecem definitivas. Os escritores procuraram aproximar-se mais e
mais da fala, dando-lhe assim condições para que sua estrutura e
suas formas populares perdurassem.

A partir do século XX, com o Modernismo, prevalece a criatividade do
escritor ao produzir suas obras literárias, coroando-as de formas e
originais fugindo totalmente aos moldes imposto anteriormente.

É esta a Língua Portuguesa, “inculta e bela”, que utilizamos na fala e
na escrita, e que por vezes tanto maltratamos na nossa comunicação
diária.

domingo, 7 de outubro de 2012

Quem foi Stephen Doitschinoff, onde esteve e o que fez

                            
“Olhem que bacana descobri !  Sempre gostei de passar boas temporadas para descansar em Lençóis e cada vez ficava intrigada com aquelas pinturas que via nas paredes de uma casa, na subida do Tomba, quando ia ficar com meus pais que ali moram há anos.
Infelizmente as reformas feitas no casario da rua, ultimamente, destruíram por completo as pinturas que lá existiam.
 Quem foi o autor delas? Agora sei que eram de um artista plástico paulistano, mas ninguém me dava informações sobre ele.” Érika Martins
 
É Stephan Doitschinoff, descendente de búlgaros e na foto acima está sentado junto à porta da casa onde morou em Lençóis por três anos e fez muitas pinturas estranhas em fachadas das casas.
Desse período lançou um livro e um documentário sobre sua experiência na Chapada Diamantina.        
     No álbum, junto com a matéria, há várias fotos como esta  da casinha onde morou.
 
Agora nosso Blog HAJA LUZ resolveu contribuir com a Cultura  divulgando o resultado de uma pesquisa de dados sobre este artista que aqui deixou parte de sua obra para orgulho desta terra e para incentivar futuros e atuais pintores nela residentes.
 
           O livro  CALMA e o filme TEMPORAL
                 Em Nota na imprensa o jornalista Charles Franco escreveu.
 
“No dia 6 de maio de 2009, aconteceu no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), o lançamento do livro Calma - The Art of Stephan Doitschinoff e também o curta-metragem "Temporal", documentário com duração de 13 minutos que retrata muita das obras feitas por Stephan durante o período que morou  na cidade de Lençóis, na Bahia.” 





Escrito em inglês, o livro contém 160 páginas e mostra o universo emblemático do artista, suas obras e a experiência de Doitschionoff, que viveu em Lençóis, cidade com 10 mil habitantes no interior da Bahia, onde pintou casas, muros, o cemitério local e a Capela de Santa Luzia, no Alto do Tomba, entre os anos de 2006 e 2008.

O filme foi produzido pela Movi&Art, tem direção e fotografia de Bruno Mitih, direção de arte de Pedro Inoue  e trilha sonora do Hurtmold. Confira o trailer de TEMPORAL : The Art of Stephan Doitschinoff Jonathan LeVine Gallery on Vimeo.

 

                     QUEM É STEPHAN DOITSCHINOFF ?

 

Stephan Doitschinoff, nasceu em São Paulo, em 1977. É um artista autodidata e sua formação foi muito influenciada pela convivência com os mais diversos tipos de crenças e rituais religiosos.

Cresceu entre várias religiões na família, assim, absorvendo a estética do simbolismo religioso em sua infância e em meio a estudos sobre religiões orientais, elementos religiosos e aspectos urbanos.

Autodidata, Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma, é filho de um pastor evangélico, neto e bisneto de espíritas e com passagem por terreiros de umbanda, sua obra é marcada por esses elementos.

Durante a juventude, já mergulhava em aspectos das religiões orientais, alquimia e arte sacra que também foram incorporados à sua obra.


A partir de 2002, representado no Brasil pela Choque Cultural, seu estilo se destaca na cena da nova arte urbana, gerando convites para participar de exposições em diferentes cidades do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa.  

Após passar uma temporada na Inglaterra, retornou ao Brasil e mudou-se  para a cidade de Lençóis, no interior da Bahia, onde viveu durante três anos, experiência esta retratada no livro Calma – The Art of Stephan Doitschinoff[ e no documentário Temporal.

 

Doitschionoff, que viveu em Lençóis, entre os anos de 2006 e 2008 e ali pintou casas, muros, o cemitério local e sua principal obra a Capela de Santa Luzia, no Morro Alto do Tomba.

O artista descobriu a cidade de Lençóis em busca de um local tranqüilo para produzir, mas acabou desenvolvendo um trabalho inusitado na região, ao pintar fachadas de casas, muros, lápides.  

Inspirado pelas crenças e histórias de seus moradores, Stephan Doitschinoff desenvolveu seu projeto artístico com pinturas nas casas de famílias de várias comunidades da Chapada Diamantina. 

Em abril de 2010, montou exposição na Galeria Choque Cultural e expôs  obras noMuseu de Arte de São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea de San Diego e em Nova Iorque na Galeria Jonathan LeVine.

Stephan Doitschinoff cresceu mergulhado em religião ouvindo sermões. A avó era espírita e ele estudou em colégio católico. Tamanha espiritualidade sumiu ao virar membro de banda punk. E voltou depois de mais velho, quando a incorporou em seus estudos de artista.

Ele confessa: "No meu trabalho, sempre existiu uma pesquisa da relação entre sagrado e profano, religião, morte e tempo. Em Lençóis encontrou esses fatores já enraizados na cultura popular marcada pela religião bem supersticiosa."                                                                                                                     Sua principal obra realizada na região está no interior da capela de Santa Luzia, onde ele deixou de lado suas críticas para pintar com cores fortes as padroeiras da comunidade, Santa Luzia e Iansã, entidade do candomblé equivalente, no catolicismo, a Santa Bárbara.

Em entrevista à Folha em seu estúdio em SP ele diz: "Eu não queria ter relação com a igreja. Mas percebi que a capela não era propriedade da igreja, não tinha padre nenhum, era do povo mesmo", lembra.

 "No altar, tinha um preto velho, um boi, várias estatuetas de candomblé, umas coisas de índio."

Doitschinoff, já fez exposições individuais em Londres, Nova York e São Paulo.

Nos anos 90, antes de trabalhar com murais e telas, o artista fazia cenários de shows de bandas punk e capas de discos. Da época em que colava pôsteres no muros de São Paulo, ganhou o apelido de Calma, sua assinatura. A palavra é a abreviação de "com alma" e dá título ao livro publicado pela Gestalten
(R$ 160, em média, em livrarias brasileiras).

O coveiro Silvano Araújo, 50, que cuida da capela na frente do cemitério, disse à reportagem que o local agora virou atração. "Antes, a capela estava muito feia, ficava fechada. Hoje, vive aberta. Há sempre moradores e pessoas de fora que vêm tirar foto".

A capela repaginada abriu em Finados de 2007. Até uma irmã do prefeito elogiou, diz Doitschinoff. "Ela falou que ia mandar alguém arrumar a porta da capela, que estava caindo aos pedaços... Mas nunca veio."  Dias depois, a porta caiu, mas foi consertada com remendos.
 
Foto de Calil Neto/Divulgação

Interior da capela no bairro de Tomba Surrão, pinturas das padroeiras.
Destaque para a beleza imitativa de azulejos nas paredes bem conservados.

Em 2006, ilustrou um álbum do Sepultura, "Dante XXI", e ficou em segundo lugar no prêmio Jabuti de ilustração, pelo livro "Palavra Cigana". Foi nesse ano que ele decidiu se isolar em um estúdio no meio do mato em Lençóis, onde sua irmã tem um restaurante.                 

"Queria me aprofundar na arte popular, no folclore. Visitava casas para ver santuários, oratórios", conta o artista, que, apesar de não ter religião, diz ser apaixonado por arte sacra. No livro, há cinco contos sobre situações que ali viveu, como um mural que fez sobre as profecias de Daniel, com igrejas afundando e uma caveira-arte.

"A inspiração para minhas caveiras vem de uma corrente filosófica que
fala sobre contemplação da morte para celebrar a vida", explica.
"É para lembrar a fragilidade humana, a brevidade da vida."


            Stephan Doitschinoff,  passou dois anos morando em Lençóis (BA .
  Foto  do momento em que ele está decorando um túmulo no cemitério local.
 
REFERÊNCIAS: 1 - Wikipédia, a enciclopédia livre.    
                          2 - A FOLHA de SP - (FERNANDA EZABELLA e Sonia Onate)– 03\09\2012                             
                          3 – Pesquisa por Jorge S Martins  e   colaboração de Érika Martins     
                          4- Sites internet                                    



O cruzeiro do TOMBA  (pintado tombado pelo Stephan)