Meus amigos visitantes deste Blog, admirem a maravilha da natureza que
é a Vespa Amófila. Conhecê-la é bom!
Há
muitos anos fui visitar um amigo e ao entrar no portão da casa vi na pequena
cobertura, várias bolinhas de barro coladas por baixo das telhas e dos caibros e
perguntei o que era aquilo. Ninguém soube explicar, apenas diziam que eram
ninhos de vespas.
Como pesquisador sempre gostei de saber o quê e o porquê das coisas que
encontro e logo comecei a investigar o fato, a observar e ler tudo sobre vespas
e insetos e descobri muitas informações sobre a origem e os construtores desses
estranhos ninhos, uns redondos e outros tubulares . Mas, afinal, o que são essas vespas chamadas amófilas?
Há
duas espécies delas: as Sociais e as Solitárias, ambas são vespas que se alimentam
de néctar e pólen de flores.
As sociais fazem favos coletivos como as abelhas comuns criam uma rainha
que depositará ovos nos alvéolos construídos por elas e neles alimentam as larvas-filhotes com mel
especial e alimentam-se com o que produzem. São os arapuás, marimbondos, vespas
grandes e pequeninas.
Colméia social com
rainha depositando ovos nos alvéolos
A
categoria solitária faz sozinha seu ninho para depositar seus ovos e criar os
filhotes, geralmente feito de barro, quer na forma de bolinha ou tubular. São
vespas de maior porte e com ferrão, chamadas também “daubers da lama” por
usarem esse produto.
Os daubers da lama são
vespas longas, delgadas nas cinturas. O nome deste grupo vem dos ninhos que são
feitos de barro moldado pelas fêmeas.
Há três espécies
diferentes de daubers da lama, cada uma com coloração distintiva: o dauber da
lama de coloração preta e outra amarelo, e um dauber metálico-azul com asas
azuis que fazem o ninho em buraco no chão.
O dauber da lama, como o
nome indica, constrói ninhos na forma de bolinhas. O ninho dos daubers pretos e amarelos consta
de uma série das tubinhos cilíndricos que são emplastradas. O dauber
metálico-azul da lama não constrói ninho, mas simplesmente usa os abandonados ou
o faz em buracos no chão onde imobilizam aranhas para nelas pôr os ovos.
Quem
ainda não viu essas bolinhas ou tubinhos de barro nas paredes e tetos das varandas
das casas?
São
os lindos ninhos das amófilas construídos por dias seguidos com barro que
carregam nas patas em pequeninas bolinhas e os moldam em tubos ou bolinhas, como artesão
habilidoso, para neles criar seus filhotes.
Logo
que o ninho está pronto a vespa vai na
busca de alimento para os futuros filhos que nascerão dos ovos.
Quem lhe disse de fazer isso? – A natureza.
Ela
sai à procura de lagartas nos vegetais e as imobiliza dando-lhes nove picadas
nos 9 centros motores do movimento, sem as matar.
Quem lhe ensinou isso? – A natureza.
Ela
segura com as mandíbulas a lagarta pela cabeça apesar de se debater, e espeta
três vezes o ferrão no tórax e em três anéis do abdômen da vítima,
anestesiando-a, deixando-a impossibilitada de andar e apenas se enrola e
desenrola.
Como
um anatomista a vespa, após ferroar a lagarta, fica a seu lado batendo-a com
suas mandíbulas, passando sobre ela com precisão admirável, vibrando as asas,
até seu veneno fazer efeito, ou enterrando mais vezes o ferrão para que fique
imóvel, sem estar morta.
Isto
é maravilhoso de observar para o pesquisador ou o estudioso de biologia que assim
adquire informações valiosas sobre essas criaturas!!
Só
então, após bater com as mandíbulas na cabeça da presa repetidas vezes até deixa-la
ficar totalmente imóvel, resolve carregá-la para o ninho pois acha que está apta
para servir de alimento às futuras larvas que vão nascer dos ovos que vai depositar
nas costas dela.
Após
desovar sobre a lagarta paralisada a vespa fecha com barro a entrada do ninho. Nunca
mais ali volta, pois fez o que a natureza lhe ordenou: “multiplicai-vos.”
Com
o calor e o tempo desses ovos saem larvas brancas que vão se alimentando do
corpo vivo e imóvel da lagarta e ali crescem.
Nessa
estufa vão passando pelas fases de larvas, depois de pupas e por fim de vespinhas que, ao terem
força suficiente, começam a abrir buracos na parede redonda da casinha de barro
e dali saem voando.
Quem
as mandou fazer isso? A natureza.
Sim.
A autora dessas maravilhas é a mãe natureza que faz recomeçar nova vida em cada
amófila da lama que nasce dentro da casinha de barro.
Essas
transformações se processam por algumas semanas.
Ainda
não foi cronometrado o tempo exato de duração das metamorfoses da vespa amófila.
Será
um belo trabalho para nossos jovens futuros cientistas que no NUPEC (Núcleo de
pesquisas e estudos científicos) do Centro Cultural de Lençóis se capacitarão
para se aprofundarem nas pesquisas desses insetos.
Além
do mais eles serão divulgadores da ciência nas escolas e cada um se tornará um
legítimo guardião prestimoso da rica biodiversidade da Chapada Diamantina.
REFERÊNCIAS
Minhas
anotações de leituras realizadas.
Notas
de meus Cadernos de pesquisas
Imagens
da Internet