A
HISTÓRIA DA ESCRITA
Durante meus longos anos de
magistério, muitas vezes ouvi a pergunta:
- professor, como surgiu a escrita no mundo?
É verdade que nem sempre podia
dar explicações históricas, mas nunca me furtava a fazer um retrospecto sintético
desse tema dentro da evolução das civilizações e dividia-o em períodos que se
sucederam ao longo dos tempos:
-
os pictogramas
- os ideogramas
-
a escrita consonântica
-
a escrita alfabética.
Para atender a curiosos que nem
sempre querem ou podem procurar explicações mais detalhadas nas enciclopédias
ou na internet, aproveito nosso blog HAJA LUZ para divulgar algumas informações
sobre esse assunto.
Nos tempos pré - históricos mais
remotos da humanidade, foi a vontade ou a necessidade de comunicação entre
os integrantes das comunidades primitivas, o principal fator, que desencadeou
neles a busca de conseguir gravar aquilo que viam ou faziam e gostariam de falar.
As mais antigas manifestações pictóricas
desse desejo, manchas, rabiscos simples e marcas de mãos nas paredes das
cavernas que foram habitadas por trogloditas.
Isto, a que se costuma chamar de
escrita, na verdade não é outra
coisa que petróglifos, (sinais e
desenhos nas rochas) fruto da capacidade criativa do homem primitivo.
Esses sinais eram destinados,
talvez, a perpetuar sua presença no local, o que fazia, os episódios de que
participava, ou mesmo tinham alguma finalidade mítica.
A atual análise feita por
estudiosos e pesquisadores desses desenhos
rupestres (desenhos nas rochas) sugere à consciência de quem os vê a noção
daquilo que nossos antepassados primitivos queriam transmitir, ou em algo que
acreditavam poder lhes acontecer.
Possivelmente, a idéia que o
homem teve ao deixar gravadas formas elementares
de comunicação, possivelmente surgiu nele pela inteligente observação e pela
imitação de coisas que encontrava e das quais recebia informações.
Por exemplo: o rastro dos animais, as pegadas no chão
mole, as cinzas das fogueiras, o resto de comidas, ou utensílios abandonados,
eram sinais evidentes (índices) da presença de animais ou de homens no local
onde isso era encontrado.
Os
índios brasileiro que não tinham nenhuma forma de escrita em seu estágio
cultural muito atrasado, usavam sinais
nos
troncos das árvores para comunicar sua passagem por ali.
Cada
sinal desses lembrava de imediato o que, ou quem o causou e o que queria dizer.
Este modo de descobrir e ver as
coisas do homo primitivo já evidenciava o “homo
sapiens” (homem inteligente) pré - histórico que logo começou a pôr em
prática meios rudimentares de pinturas e desenhos para se comunicar com seus
semelhantes.
Mas ainda nada disso era escrita,
no sentido de sinais gráficos que
servissem de linguagem para fazer mediação
entre ele e os outros quando
estivessem ausentes.
ESCRITA PICTÓRICA DO EGITO ANTIGO
O
progresso cultural continuou, e as marcas de objetos, animais, pessoas, coisas,
aos poucos, foram sendo substituídos por traços simples ou desenhos que os
representassem e passaram a ser incorporados aos processos de comunicação gravada cuja leitura indicava
suas ideias.
Assim surgiram os pictogramas, ou desenhos figurativos simples
destinados a transmitir informações, ou para expressar crenças míticas.
A representação de um animal sendo abatido, talvez não fosse
para expressar o fato em si, mas a crença de poder matá-lo; a lança não
era a arma, mas símbolo do poder, da
guerra.
ESCRITA
CUNEIFORME
Acredita - se que a escrita
propriamente dita, começou há milênios quando os sumérios inventaram sinais
gráficos convencionais os – cuneiformes – (formas de cunha),
gravados em tijolos de barro cozido, ou em pedaços de madeira que empilhavam em
paredes como bibliotecas rudimentares constituindo textos ou conjuntos com
listas de produtos e objetos que comerciavam na Mesopotâmia.
A evolução da escrita simbólica
e convencional aconteceu, sobretudo, no Egito antigo, a partir dos pictogramas ou
desenhos simplificados até então usados, os quais deram origem aos hieróglifos feitos com desenhos de
partes de animais, do corpo humano, plantas e objetos, que os sacerdotes utilizavam como escrita para registrar e “armazenar” em pergaminhos, em
sarcófagos e paredes dos túmulos dentro das pirâmides com informações sobre a vida e a história dos faraós. Esses
hieróglifos foram decifrados por Champollion a partir da descoberta da Pedra de
Roseta.
A PEDRA de ROSETA
A Pedra de Roseta é um grande
bloco de granito de cor escura mostrando um texto em
duas escritas, em antigo grego e em
hieróglifos egípcios.
Esta pedra-texto foi descoberta em 1799 por
soldados de Napoleão Bonaparte
quando ele conquistava o Egito ao percorrerem a região de Roseta.
O texto nela
gravado foi estudado e traduzido pela primeira vez em 1822 por Jean François
Champollion conhecedor profundo de línguas antigas e que fazia parte
da expedição de Napoleão. Ele conseguiu decifrar o texto comparando as
versões de escritas que nele havia e descobriu que o texto referia-se a um decreto de Ptolemeu V do Egito.
Com este fato revelou-se ao mundo a milenar e grandiosa civilização egípcia.
Hoje, a pedra encontra-se no Museu Britânico de Londres.
A escrita hieroglífica podia ser
escrita em linhas ou colunas, tanto da esquerda para a direita, quanto da
direita para a esquerda. Para identificar a direção de leitura de um
determinado texto, observava-se a direção para onde os sinais estvam voltados. Ela
indicava o início do texto.
Com o tempo os egípcios foram simplificando
seus desenhos em “logogramas”, cada
um como sendo uma palavra.
Os
“ideogramas” eram conjuntos simbolizando
idéias, e até mesmo o pensamento abstrato, fugindo do
significado próprio de cada figura desenhada.
Era o deslanchar da escrita com a qual o homem começava a
registrar os fatos vivenciados por ele
mesmo e assim podia comunicá-los aos
outros.
A simplificação e a estilização
desses desenhos foi conduzindo ao uso de traços reduzidos e convencionais para
substituir os inumeráveis sinais pictográficos de que se utilizavam para
representar as palavras e conseqüentemente os pensamentos.
A ESCRITA
FENÍCIA
Os fenícios usavam apenas as consoantes organizadas em código de 24
caracteres para simplificar a escrita complexa egípcia. Chegaram por esse
caminho à decomposição da palavra em
sílabas.
Datam
de cerca 1.400 a .C.
os achados da primeira escrita fonética alfabética, a escrita
ugarítica.
É
o primeiro alfabeto de
que se tem notícia, composto de 27 consoantes e 3 vogais. Na leitura deste alfabeto as vogais eram deduzidas a partir da compreensão do
contexto verbal.
O ALFABETO GREGO
Após a decadência de Ugarit, a escrita fenícia, foi adaptada pelos gregos e originou
ao alfabeto grego, com o acréscimo dos
símbolos das vogais e que foi denominado pelas duas primeiras letras, o alpha
e o beta, (ALFABETA)
do
código que usavam para escrever.
O alfabeto grego posteriormente originou
o alfabeto romano ou latino e que ainda hoje é o utilizado na língua portuguesa
e nas línguas neolatinas.
Os romanos utilizaram e
simplificaram o alfabeto grego adaptando-o à escrita de seu idioma, o latim,
língua que eles impuseram a todos os povos dominados que formavam seu império.
Foi através deles que este código se difundiu para formar todas as línguas
originadas do latim, - as neolatinas - como é o caso do português.
Esta é a razão porque nossa
escrita não é totalmente fonética,
isto é, as letras não correspondem aos sons da fala, mas é etimológica, ou histórica, isto
é, aproveita os sistemas alfabéticos do grego e do latim.
É por esta razão que no
português podemos ter representado: um som por uma só letra, ou por duas ou
mais, ou então uma só letra representando
vários sons, ou mesmo nenhum.
A escrita é apenas uma forma
visível de representar as idéias e pensamentos criados na mente e são
invisíveis.
As idéias são imateriais e pelos símbolos da escrita concretizam-se em grafemas (letras)
perceptíveis no discurso textual escrito.
A invenção da escrita, foi
surgindo lentamente através da criatividade, por isso é considerada uma das
mais fantásticas e proveitosas invenções culturais humanas.
É por meio dela que o homem
consegue traduzir em símbolos gráficos as palavras faladas, haver
comunicação entre os povos.
Além do mais, com a invenção da
imprensa e dos modernos processos tecnológicos de gravação da fala, há
possibilidade, também de registrar os fatos e suas experiências e perpetuá-las
indefinidamente, como também transmiti-las e difundi-las instantaneamente a
todos os cantos do mundo.
Como na Noruega existe em
subterrâneo a “Arca de Noé Vegetal” com sementes e amostras do mundo todo, dizem
(não tenho confirmação), que nos EEUU, já existe “A Biblioteca do Mundo”, dentro de uma montanha, protegido das maiores
radiações e perigos, um imenso estoque catalogado de tudo que é utilizado em
comunicação no mundo inteiro. É uma
maravilhosa reserva da nossa civilização para futuras gerações que virão a
conhecerem.
Por isso tudo, é que muitos
antropólogos e sociólogos afirmam que o
verdadeiro início da civilização humana aconteceu com a invenção da escrita que
se ampliou com o descoberta e uso da imprensa.
UMA CURIOSIDADE
QUE
ALFABETO USOU MOISÉS
AO ESCREVER
O
ANTIGO TESTAMENTO?
Quando
tinha 40 anos, Moisés fugiu do Egito escapando da ira de Faraó e veio para a
terra de Mídiã, na Península do Sinai. Ali conheceu Jetro, sacerdote do Deus
Altíssimo e se casou com sua filha Zípora. Tiveram dois filhos. Ao
primogênito chamou Gérson (Êxodo 2:22), e seu segundo filho deu o nome de
Eliezer, que significa "Deus é minha ajuda".
E foi ali que Deus lhe apareceu na sarça ardente , e dele recebeu os Dez Mandamentos e de toda a lei . |
As escavações arqueológicas no monte Sinai têm
provado que Moisés (1.500 A .C.)
escolheu a escrita fonética para escrever os livros do Pentateuco por ser uma língua alfabética simples, entendida
por povo, de mesma origem e religião.
Acredita-se
que ele escrevia os livros enquanto pastoreava os rebanhos do seu sogro nas
campinas de Mídiã a cerca de oitenta quilômetros do Monte Sinai e ali viveu e
recebeu de Deus as tábuas dos Dez Mandamentos.
O
povo que ali habitava era de origem semita e praticava uma religião muito
semelhante à dos israelitas, como foi observado pelos restos deles descobertos
pelos arqueólogos.
Em
1904 e 1905, o Cientista Flinders Petrie, fazendo escavações na Península do
Sinai, patrocinadas pela Escola Britânica de Arqueologia no Egito, descobriu
algumas inscrições com alguma semelhança com os hieróglifos.
Era
uma escrita alfabética chamada de proto-fenícia dos cananitas que ali
viviam no tempo de Moisés, simplificaram
a escrita egípcia e criaram uma escrita alfabética que representava os sons da
fala em vinte e dois sinais.
Fonte: Internet e pesquisas.