domingo, 7 de outubro de 2012

Quem foi Stephen Doitschinoff, onde esteve e o que fez

                            
“Olhem que bacana descobri !  Sempre gostei de passar boas temporadas para descansar em Lençóis e cada vez ficava intrigada com aquelas pinturas que via nas paredes de uma casa, na subida do Tomba, quando ia ficar com meus pais que ali moram há anos.
Infelizmente as reformas feitas no casario da rua, ultimamente, destruíram por completo as pinturas que lá existiam.
 Quem foi o autor delas? Agora sei que eram de um artista plástico paulistano, mas ninguém me dava informações sobre ele.” Érika Martins
 
É Stephan Doitschinoff, descendente de búlgaros e na foto acima está sentado junto à porta da casa onde morou em Lençóis por três anos e fez muitas pinturas estranhas em fachadas das casas.
Desse período lançou um livro e um documentário sobre sua experiência na Chapada Diamantina.        
     No álbum, junto com a matéria, há várias fotos como esta  da casinha onde morou.
 
Agora nosso Blog HAJA LUZ resolveu contribuir com a Cultura  divulgando o resultado de uma pesquisa de dados sobre este artista que aqui deixou parte de sua obra para orgulho desta terra e para incentivar futuros e atuais pintores nela residentes.
 
           O livro  CALMA e o filme TEMPORAL
                 Em Nota na imprensa o jornalista Charles Franco escreveu.
 
“No dia 6 de maio de 2009, aconteceu no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), o lançamento do livro Calma - The Art of Stephan Doitschinoff e também o curta-metragem "Temporal", documentário com duração de 13 minutos que retrata muita das obras feitas por Stephan durante o período que morou  na cidade de Lençóis, na Bahia.” 





Escrito em inglês, o livro contém 160 páginas e mostra o universo emblemático do artista, suas obras e a experiência de Doitschionoff, que viveu em Lençóis, cidade com 10 mil habitantes no interior da Bahia, onde pintou casas, muros, o cemitério local e a Capela de Santa Luzia, no Alto do Tomba, entre os anos de 2006 e 2008.

O filme foi produzido pela Movi&Art, tem direção e fotografia de Bruno Mitih, direção de arte de Pedro Inoue  e trilha sonora do Hurtmold. Confira o trailer de TEMPORAL : The Art of Stephan Doitschinoff Jonathan LeVine Gallery on Vimeo.

 

                     QUEM É STEPHAN DOITSCHINOFF ?

 

Stephan Doitschinoff, nasceu em São Paulo, em 1977. É um artista autodidata e sua formação foi muito influenciada pela convivência com os mais diversos tipos de crenças e rituais religiosos.

Cresceu entre várias religiões na família, assim, absorvendo a estética do simbolismo religioso em sua infância e em meio a estudos sobre religiões orientais, elementos religiosos e aspectos urbanos.

Autodidata, Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma, é filho de um pastor evangélico, neto e bisneto de espíritas e com passagem por terreiros de umbanda, sua obra é marcada por esses elementos.

Durante a juventude, já mergulhava em aspectos das religiões orientais, alquimia e arte sacra que também foram incorporados à sua obra.


A partir de 2002, representado no Brasil pela Choque Cultural, seu estilo se destaca na cena da nova arte urbana, gerando convites para participar de exposições em diferentes cidades do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa.  

Após passar uma temporada na Inglaterra, retornou ao Brasil e mudou-se  para a cidade de Lençóis, no interior da Bahia, onde viveu durante três anos, experiência esta retratada no livro Calma – The Art of Stephan Doitschinoff[ e no documentário Temporal.

 

Doitschionoff, que viveu em Lençóis, entre os anos de 2006 e 2008 e ali pintou casas, muros, o cemitério local e sua principal obra a Capela de Santa Luzia, no Morro Alto do Tomba.

O artista descobriu a cidade de Lençóis em busca de um local tranqüilo para produzir, mas acabou desenvolvendo um trabalho inusitado na região, ao pintar fachadas de casas, muros, lápides.  

Inspirado pelas crenças e histórias de seus moradores, Stephan Doitschinoff desenvolveu seu projeto artístico com pinturas nas casas de famílias de várias comunidades da Chapada Diamantina. 

Em abril de 2010, montou exposição na Galeria Choque Cultural e expôs  obras noMuseu de Arte de São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea de San Diego e em Nova Iorque na Galeria Jonathan LeVine.

Stephan Doitschinoff cresceu mergulhado em religião ouvindo sermões. A avó era espírita e ele estudou em colégio católico. Tamanha espiritualidade sumiu ao virar membro de banda punk. E voltou depois de mais velho, quando a incorporou em seus estudos de artista.

Ele confessa: "No meu trabalho, sempre existiu uma pesquisa da relação entre sagrado e profano, religião, morte e tempo. Em Lençóis encontrou esses fatores já enraizados na cultura popular marcada pela religião bem supersticiosa."                                                                                                                     Sua principal obra realizada na região está no interior da capela de Santa Luzia, onde ele deixou de lado suas críticas para pintar com cores fortes as padroeiras da comunidade, Santa Luzia e Iansã, entidade do candomblé equivalente, no catolicismo, a Santa Bárbara.

Em entrevista à Folha em seu estúdio em SP ele diz: "Eu não queria ter relação com a igreja. Mas percebi que a capela não era propriedade da igreja, não tinha padre nenhum, era do povo mesmo", lembra.

 "No altar, tinha um preto velho, um boi, várias estatuetas de candomblé, umas coisas de índio."

Doitschinoff, já fez exposições individuais em Londres, Nova York e São Paulo.

Nos anos 90, antes de trabalhar com murais e telas, o artista fazia cenários de shows de bandas punk e capas de discos. Da época em que colava pôsteres no muros de São Paulo, ganhou o apelido de Calma, sua assinatura. A palavra é a abreviação de "com alma" e dá título ao livro publicado pela Gestalten
(R$ 160, em média, em livrarias brasileiras).

O coveiro Silvano Araújo, 50, que cuida da capela na frente do cemitério, disse à reportagem que o local agora virou atração. "Antes, a capela estava muito feia, ficava fechada. Hoje, vive aberta. Há sempre moradores e pessoas de fora que vêm tirar foto".

A capela repaginada abriu em Finados de 2007. Até uma irmã do prefeito elogiou, diz Doitschinoff. "Ela falou que ia mandar alguém arrumar a porta da capela, que estava caindo aos pedaços... Mas nunca veio."  Dias depois, a porta caiu, mas foi consertada com remendos.
 
Foto de Calil Neto/Divulgação

Interior da capela no bairro de Tomba Surrão, pinturas das padroeiras.
Destaque para a beleza imitativa de azulejos nas paredes bem conservados.

Em 2006, ilustrou um álbum do Sepultura, "Dante XXI", e ficou em segundo lugar no prêmio Jabuti de ilustração, pelo livro "Palavra Cigana". Foi nesse ano que ele decidiu se isolar em um estúdio no meio do mato em Lençóis, onde sua irmã tem um restaurante.                 

"Queria me aprofundar na arte popular, no folclore. Visitava casas para ver santuários, oratórios", conta o artista, que, apesar de não ter religião, diz ser apaixonado por arte sacra. No livro, há cinco contos sobre situações que ali viveu, como um mural que fez sobre as profecias de Daniel, com igrejas afundando e uma caveira-arte.

"A inspiração para minhas caveiras vem de uma corrente filosófica que
fala sobre contemplação da morte para celebrar a vida", explica.
"É para lembrar a fragilidade humana, a brevidade da vida."


            Stephan Doitschinoff,  passou dois anos morando em Lençóis (BA .
  Foto  do momento em que ele está decorando um túmulo no cemitério local.
 
REFERÊNCIAS: 1 - Wikipédia, a enciclopédia livre.    
                          2 - A FOLHA de SP - (FERNANDA EZABELLA e Sonia Onate)– 03\09\2012                             
                          3 – Pesquisa por Jorge S Martins  e   colaboração de Érika Martins     
                          4- Sites internet                                    



O cruzeiro do TOMBA  (pintado tombado pelo Stephan)