“Olhem que
bacana descobri ! Sempre gostei de
passar boas temporadas para descansar em Lençóis e cada vez ficava intrigada
com aquelas pinturas que via nas paredes de uma casa, na subida do Tomba, quando
ia ficar com meus pais que ali moram há anos.
Infelizmente
as reformas feitas no casario da rua, ultimamente, destruíram por completo as pinturas que lá existiam.
Quem foi o autor delas? Agora sei que eram de
um artista plástico paulistano, mas ninguém me dava informações sobre ele.”
Érika Martins
É Stephan Doitschinoff,
descendente de búlgaros e na foto acima está sentado junto à porta da casa onde
morou em Lençóis por três anos e fez muitas pinturas estranhas em fachadas das
casas.
Desse
período lançou um livro e um documentário sobre sua experiência na Chapada
Diamantina.
No álbum, junto com a matéria, há várias fotos como esta da casinha onde morou.
No álbum, junto com a matéria, há várias fotos como esta da casinha onde morou.
Agora nosso
Blog HAJA LUZ resolveu contribuir com a Cultura divulgando o resultado de uma pesquisa de
dados sobre este artista que aqui deixou parte de sua obra para orgulho desta
terra e para incentivar futuros e atuais pintores nela residentes.
O livro CALMA e o filme TEMPORAL
Em Nota na imprensa o
jornalista Charles Franco escreveu.
“No dia 6 de maio de 2009, aconteceu no Museu de Arte Moderna
de São Paulo (MAM), o lançamento do livro Calma - The Art of Stephan
Doitschinoff e também o curta-metragem "Temporal",
documentário com duração de 13 minutos que retrata muita das obras feitas por
Stephan durante o período que morou na
cidade de Lençóis, na Bahia.”
Escrito
em inglês, o livro contém 160 páginas e mostra o universo emblemático do
artista, suas obras e a experiência de Doitschionoff, que viveu em Lençóis,
cidade com 10 mil habitantes no interior da Bahia, onde pintou casas, muros, o
cemitério local e a Capela de Santa Luzia, no Alto do Tomba, entre os anos de
2006 e 2008.
O filme foi produzido pela Movi&Art, tem direção e
fotografia de Bruno Mitih, direção de arte de Pedro Inoue e trilha sonora
do Hurtmold. Confira o trailer de TEMPORAL : The
Art of Stephan Doitschinoff Jonathan LeVine Gallery on Vimeo.
QUEM É STEPHAN DOITSCHINOFF ?
Stephan
Doitschinoff, nasceu em
São Paulo , em 1977. É um artista autodidata e sua formação
foi muito influenciada pela convivência com os mais diversos tipos de crenças e
rituais religiosos.
Cresceu entre várias religiões na família, assim, absorvendo a
estética do simbolismo religioso em sua infância e em meio a estudos sobre
religiões orientais, elementos
religiosos e aspectos urbanos.
Autodidata, Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma, é filho de um
pastor evangélico, neto e bisneto de espíritas e com passagem por terreiros de
umbanda, sua obra é marcada por esses elementos.
Durante a juventude, já mergulhava em aspectos das
religiões orientais, alquimia e arte sacra que também foram incorporados à sua
obra.
A partir de 2002, representado no Brasil pela Choque Cultural, seu estilo se destaca na cena da nova arte
urbana, gerando convites para participar de exposições em diferentes cidades do
Brasil, dos Estados Unidos e da Europa.
Após passar uma temporada
na Inglaterra, retornou ao Brasil e mudou-se para a cidade de Lençóis, no interior
da Bahia, onde viveu durante três anos,
experiência esta retratada no livro Calma – The Art of Stephan
Doitschinoff[ e no documentário Temporal.
Doitschionoff, que viveu em Lençóis, entre os
anos de 2006 e 2008 e ali pintou casas, muros, o cemitério local e sua
principal obra a Capela de Santa Luzia, no Morro Alto do Tomba.
O artista descobriu a cidade de
Lençóis em busca de um local tranqüilo para produzir, mas acabou desenvolvendo
um trabalho inusitado na região, ao pintar fachadas de casas, muros,
lápides.
Inspirado pelas crenças e histórias de seus
moradores, Stephan Doitschinoff desenvolveu seu projeto artístico com pinturas
nas casas de famílias de várias comunidades da Chapada Diamantina.
Em abril de 2010,
montou exposição na Galeria Choque Cultural e expôs obras noMuseu de Arte de São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea de San Diego e em Nova Iorque na Galeria Jonathan LeVine.
Stephan
Doitschinoff cresceu mergulhado em religião ouvindo sermões. A avó era espírita
e ele estudou em colégio católico. Tamanha espiritualidade sumiu ao virar
membro de banda punk. E voltou depois de mais velho, quando a incorporou em
seus estudos de artista.
Ele
confessa: "No meu trabalho, sempre existiu uma pesquisa da relação entre
sagrado e profano, religião, morte e tempo. Em Lençóis encontrou esses fatores
já enraizados na cultura popular marcada pela religião bem supersticiosa." Sua principal obra
realizada na região está no interior da capela de Santa Luzia, onde ele deixou
de lado suas críticas para pintar com cores fortes as padroeiras da comunidade,
Santa Luzia e Iansã, entidade do candomblé equivalente, no catolicismo, a Santa
Bárbara.
Em
entrevista à Folha em seu estúdio em SP ele diz: "Eu não
queria ter relação com a igreja. Mas percebi que a capela não era propriedade
da igreja, não tinha padre nenhum, era do povo mesmo", lembra.
"No altar, tinha um preto velho, um boi,
várias estatuetas de candomblé, umas coisas de índio."
Doitschinoff,
já fez exposições individuais em Londres, Nova York e São Paulo.
Nos
anos 90, antes de trabalhar com murais e telas, o artista fazia cenários de
shows de bandas punk e capas de discos. Da época em que colava pôsteres no
muros de São Paulo, ganhou o apelido de Calma, sua assinatura. A palavra é a
abreviação de "com alma" e dá título ao livro publicado pela Gestalten
(R$ 160, em média, em livrarias brasileiras).
(R$ 160, em média, em livrarias brasileiras).
O coveiro
Silvano Araújo, 50, que cuida da capela na frente do cemitério, disse à
reportagem que o local agora virou atração. "Antes, a capela estava muito
feia, ficava fechada. Hoje, vive aberta. Há sempre moradores e pessoas de fora
que vêm tirar foto".
A capela
repaginada abriu em Finados de 2007. Até uma irmã do prefeito elogiou, diz
Doitschinoff. "Ela falou que ia mandar alguém arrumar a porta da capela,
que estava caindo aos pedaços... Mas nunca veio." Dias depois, a porta
caiu, mas foi consertada com remendos.
Foto
de Calil Neto/Divulgação
Interior
da capela no bairro de Tomba Surrão, pinturas das padroeiras.
Destaque
para a beleza imitativa de azulejos nas paredes bem conservados.
Em
2006, ilustrou um álbum do Sepultura, "Dante XXI", e ficou em segundo
lugar no prêmio Jabuti de ilustração, pelo livro "Palavra Cigana". Foi
nesse ano que ele decidiu se isolar em um estúdio no meio do mato em Lençóis, onde sua irmã
tem um restaurante.
"Queria me aprofundar na arte popular, no folclore. Visitava casas para ver santuários, oratórios", conta o artista, que, apesar de não ter religião, diz ser apaixonado por arte sacra. No livro, há cinco contos sobre situações que ali viveu, como um mural que fez sobre as profecias de Daniel, com igrejas afundando e uma caveira-arte.
"Queria me aprofundar na arte popular, no folclore. Visitava casas para ver santuários, oratórios", conta o artista, que, apesar de não ter religião, diz ser apaixonado por arte sacra. No livro, há cinco contos sobre situações que ali viveu, como um mural que fez sobre as profecias de Daniel, com igrejas afundando e uma caveira-arte.
"A inspiração para minhas
caveiras vem de uma corrente filosófica que
fala sobre contemplação da morte para celebrar a vida", explica. "É para lembrar a fragilidade humana, a brevidade da vida." |
Stephan Doitschinoff, passou dois anos morando em Lençóis (BA .
Foto do momento em que ele está decorando um túmulo no cemitério local. |
REFERÊNCIAS: 1 - Wikipédia, a enciclopédia
livre.
2
- A FOLHA de SP - (FERNANDA
EZABELLA e Sonia Onate)– 03\09\2012
3 –
Pesquisa por Jorge S Martins e
colaboração de Érika Martins
4- Sites internet |
O
cruzeiro do TOMBA (pintado tombado pelo
Stephan)