quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Curiosidades IV

                   MARAVILHAS DA NATUREZA   1



CAVERNA DE CRISTAIS GIGANTES

Esta caverna foi descoberta no ano 2000, a cerca de 300 metros de profundidade, em Naica, no México.

Nela a temperaturas é de 50ºC e a umidade do ar chega a 90%, ambiente impróprio para seres humanos, mas perfeito para as formações cristalinas em seu interior, que chegam a ter 11 metros de altura e um metro de diâmetro. 

 Segundo um trabalho publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, estes cristais levaram quase um milhão de anos para se formar. Os pesquisadores da Universidade de Granado utilizaram uma técnica com um feixe de luz branca para determinar as propriedades destes cristais.

Os dados obtidos mostraram que se trata do mineral conhecido como selenita que se cristalizou a temperaturas entre 54ºC e 58ºC, quando toda a caverna estava submersa. Descobriu-se  que a 55ºC sob a água, levaria 990 mil anos para que o cristal chegasse a um metro de diâmetro e a 56ºC, ele teria se formado a cerca de  500 mil anos.
Agora já  como se sabe que têm cerca de 1 milhão de anos, os espeleólogos começam a buscar bolsões líquidos dentro dos cristais onde talvez possam encontrar microrganismos.



Observem o tamanho dos pesquisadores que examinam as formações gigantescas dos cristais existentes no interior da caverna, nem parece realidade.

Aqui cabem as perguntas: Como esses cristais tomaram essas formas? Por que estão assim espalhados?

Se alguém desejar conhecer mais detalhes sobre esta maravilha da natureza recomendo consultar as  Referências ao assunto, às fotos, e textos na Internet.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dom Obá II


PRÍNCIPE AFRICANO FILHO DE LENÇÓIS – BAHIA




                         Cândido da Fonseca Galvão ou dom Obá II d´África




Quando há dez anos vim conhecer a Chapada Diamantina no sertão da Bahia e depois escolhi a cidade de Lençóis para me tornar seu morador, vez por outra ouvia falar o nome de um príncipe negro que aqui nasceu e morou.
A curiosidade aumentou quando, em certa feita, soube que Dom Oba, o tal príncipe negro, havia sido tema das alegorias de uma Escola de Samba no desfile de Carnaval do Rio de Janeiro.
Pesquisando em livros e internet vim a conhecer mais sobre quanto esse Dom Obá engrandece esta terra cujos nobres filhos são tão esquecidos  neste interior da Bahia e quanto seu nome deve ser respeitado e sua história divulgada nas escola como exemplo de heroísmo  e de lutador pela causa  dos segregados descendentes de escravos como ele foi.
Dom Obá cujo nome de batismo era Cândido da Fonseca Galvão, nasceu em Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia em 1845 de pais africanos forros e neto do  rei  Abiodun  do  Império de Oyo, na África.
Era mais conhecido por Dom Obá II D´África, ou simplesmente Dom Obá.
Alistou-se voluntariamente para lutar na Guerra do Paraguai e devido a sua grande bravura foi condecorado como oficial honorário do exército brasileiro com a patente de alferes.
Depois da Guerra fixou-se no Rio de Janeiro, virando uma figura folclórica e um tanto quanto caricata da sociedade carioca, sendo até reverenciado como um príncipe real por vários afro-brasileiros.
Foi amigo pessoal do imperador D. Pedro II tendo o hábito de ir ao paço todo ano e se apresentar como se fosse um governante estrangeiro. Foi defensor da monarquia brasileira, atuou na campanha abolicionista e no combate ao racismo.
Com a queda do Império em 1889 foi perseguido pelos republicanos que cassaram seu posto de alferes.
Morreu logo depois, em julho de 1890.











                   PRÍNCIPE NEGRO NAS RUAS DO RIO

Dom Obá 2º d’África, ou melhor Cândido da Fonseca Galvão nasceu e foi batizado, na antiga Vila de Lençóis, no sertão da Bahia, em 1845.

Filho de pais africanos forros, brasileiro de primeira geração, era, ao mesmo tempo, por direito de sangue, príncipe africano, neto, ao que tudo indica, do poderoso Aláafin Abiodun, o último soberano a manter unido o grande império de Oyo na segunda metade do século 18.



Príncipe guerreiro, Dom "Obá" (que quer dizer "rei" em ioruba) lutou na Guerra do Paraguai (1865-70), de onde saiu oficial honorário do Exército Brasileiro, por bravura com a patente de alferes.

De volta ao país, fixou residência no Rio, onde sua posição social era, no mínimo complexa. Sempre foi tido pela alta sociedade como um homem meio amalucado, uma figura folclórica, mas era, ao mesmo tempo reverenciado como um príncipe real por escravos libertos e homens de cor.



Amigo pessoal, e espécie de protegido de Dom Pedro 2º, Dom Obá assumiu, nos momentos decisivos do processo de abolição da escravidão, o papel histórico, até então insuspeito de elo entre as altas esferas do poder imperial e as massas populares que emergiam.

Sua figura imponente de homem de 2m de altura, seus modos de soberano,  captavam a atenção dos contemporâneos, e era descrito como um príncipe afro-baiano a perambular pelas ruas do velho Rio, barba à moda de Henrique 4º, muito bem vestido em suas "finas roupas pretas", de fraque, cartola, luvas brancas, guarda-chuva, bengala, pince-nez de aro de ouro.

Sempre aparecia em ocasiões mais especiais, muito ereto e importante em seu bem preservado uniforme de alferes do Exército, com seus galões e dragonas douradas, sua espada à cinta, seu chapéu armado com penachos coloridos, seu "pacholismo admirável".

Dom Obá, defendia uma visão alternativa da sociedade e do próprio processo histórico brasileiro. Talvez por suas idéias, talvez por sua linguagem crioula, colorida com expressivas pitadas de ioruba poucos lhe davam atenção.

Escravos, libertos e homens livres de cor, contudo, não apenas compartilhavam de suas idéias, como contribuíam financeiramente para a publicação das mesmas e reuniam-se nas "quitandas ou em família" para ler os artigos.

O que defendia este homem e porque parecia interessar tanto seus leitores? Sendo um príncipe, era Dom Obá, ao menos teoricamente, um monarquista acima dos partidos, nem inteiramente conservador, nem liberal.

Por essas ideias dizia: "Sou conservador para conservar o que for bom e liberal para reprimir os assassinatos que têm havido nesta atualidade a mando de certos "potentados", pessoas muito influentes e poderosas”.

O combate ao racismo, a defesa da igualdade fundamental entre os homens, foram pontos mais importantes de seu pensamento e  explicava: " Deus mandou que quando o varão tiver valor não se olhe a cor".

Suas idéias contrariavam não apenas concepções senhoriais, mas também a própria ciência da época.

A miscigenação brasileira, para o príncipe, nada tinha a ver com idéias evolucionistas de inevitabilidade, como pensou Nina Rodrigues; ou desejabilidade, como pensou Sílvio Romero, do "branqueamento". Tinha a ver, ao contrário, com um sentimento de igualdade fundamental entre os homens. O príncipe orgulhava-se de "preto ser" e, por não acreditar em superioridades, era "amigo dos brancos e (de) todos os varões sensatos e conhecedores (...) que o valor não está na cor".

Uma carta surgida, em 1887, chega a formular um projeto de "enegrecimento", antes que de "embranquecimento" da nação. Para o missivista, súdito de Dom Obá, a raça negra já não era problema, mas a própria solução. Por isso apoiava a nomeação do príncipe como embaixador plenipotenciário na África Ocidental, onde prestaria relevantes serviços, "mandando transportar colonos africanos, para nunca mais sofrer o Brasil decadência na sua exportação de fumo e café (...) e o açúcar e o algodão nunca deixem de fertilizar o solo onde nascera o mesmo Príncipe Obá 2º d’África, de Abiodon neto". Também aqui a discriminação é tida por absurda, sendo, afinal, "cada qual como Deus o fez".

O próprio príncipe publica, vez por outra, poesia abolicionista e antidiscriminatória.

                          "Não é defeito preto ser a cor/

                           É triste pela inveja roubar-se o valor", reza uma delas.

Para ele, "o certo é que o Brasil deve desistir (da) questão da cor, pois que a questão é de valor e quando o varão tiver valor não se olhará a cor".



Na verdade, para Dom Obá, não parece existir exatamente uma "questão racial", mas uma questão de cultura, de informação, de refinamento social. Daí, muitas vezes, o seu desconsolo com a pátria amada, "um país tão novo onde completamente não reina a severa civilização colimada, porque ainda há quem apure a tolice (...) do preconceito de cor".



O príncipe, como seus seguidores, chega a formulações pioneiras também no sentido da criação de uma estética autônoma, na linha do black is beautiful norte-americano dos anos 60. Na verdade, segundo um de seus súditos, a raça negra não apenas era linda, era "superior aos mais finos brilhantes".

Ao fazer uma investigação histórica sobre a vida, o tempo e o pensamento dessa figura, hoje esquecida, Eduardo Silva recupera aspectos importantes do cotidiano, da ambiência cultural e do universo simbólico predominantes entre escravos libertos e homens de cor do Brasil do século XIX".

Entre 1865 e 1869 , quase 3.000 escravos foram alforriados para "assentar praça" na guerra. Galvão não fazia parte deste grupo, mas de um grupo minoritário, o dos voluntários de fato foram para o Paraguai.  

Eduardo Silva, ao acompanhar os movimentos desse príncipe afro-brasileiro que perambulava pelas ruas do Rio Antigo, segue de perto a própria história político-social do país. História, que como poucas, soube esconder do público personagens negros de importância .

Dom Obá II d'África nos seus escritos, fortemente rebuscados, defendia idéias como a de uma sociedade alternativa, a igualdade fundamental do gênero humano. Chegou a propor a abolição total já em 1882. A discriminação racial era para ele um completo absurdo, daí atacar energicamente o racismo.

Ler a história de Dom Obá II D'África de Eduardo Silva é ter em mãos um livro editado com extremo cuidado, é conhecer um personagem fascinante do Brasil do século XIX e inferir que o "avesso" de nossa história tem muito a nos revelar e ensinar.

Fonte: www.academiadosamba.com.br


Fonte: Wikipédia, a Enciclopédia livre.