sábado, 24 de novembro de 2012

A HISTÓRIA DA ESCRITA


A HISTÓRIA DA ESCRITA

 

Durante meus longos anos de magistério, muitas vezes  ouvi a pergunta: - professor, como surgiu a escrita no mundo?

É verdade que nem sempre podia dar explicações históricas, mas nunca me furtava a fazer um retrospecto sintético desse tema dentro da evolução das civilizações e dividia-o em períodos que se sucederam ao longo dos tempos:

       - os pictogramas

       - os ideogramas

       - a escrita consonântica

       - a escrita alfabética.

Para atender a curiosos que nem sempre querem ou podem procurar explicações mais detalhadas nas enciclopédias ou na internet, aproveito nosso blog HAJA LUZ para divulgar algumas informações sobre esse assunto.    

Nos tempos pré - históricos mais remotos da humanidade, foi a vontade ou a necessidade de comunicação entre os integrantes das comunidades primitivas, o principal fator, que desencadeou neles a busca de conseguir gravar aquilo que viam ou faziam e gostariam de falar.

As mais antigas manifestações pictóricas desse desejo,  manchas, rabiscos simples e marcas de mãos nas paredes das cavernas que foram habitadas  por  trogloditas.
 
 

Isto, a que se costuma chamar de escrita, na verdade não é outra coisa que petróglifos, (sinais e desenhos nas rochas) fruto da capacidade criativa do homem primitivo.

Esses sinais eram destinados, talvez, a perpetuar sua presença no local, o que fazia, os episódios de que participava, ou mesmo tinham alguma finalidade mítica.

A atual análise feita por estudiosos e pesquisadores desses desenhos rupestres (desenhos nas rochas) sugere à consciência de quem os vê a noção daquilo que nossos antepassados primitivos queriam transmitir, ou em algo que acreditavam poder lhes acontecer.

 

Possivelmente, a idéia que o homem teve ao deixar gravadas  formas elementares de comunicação, possivelmente surgiu nele pela inteligente observação e pela imitação de coisas que encontrava e das quais recebia  informações.

Por exemplo: o rastro dos animais, as pegadas no chão mole, as cinzas das fogueiras, o resto de comidas, ou utensílios abandonados, eram sinais evidentes (índices) da presença de animais ou de homens no local onde isso era encontrado.

Os índios brasileiro que não tinham nenhuma forma de escrita em seu estágio cultural muito atrasado, usavam sinais

nos troncos das árvores para comunicar sua passagem por ali. 

Cada sinal desses lembrava de imediato o que, ou quem o causou e o que queria dizer.

 

Este modo de descobrir e ver as coisas do homo primitivo já evidenciava o “homo sapiens” (homem inteligente) pré - histórico que logo começou a pôr em prática meios rudimentares de pinturas e desenhos para se comunicar com seus semelhantes.

                                                                                                 

Mas ainda nada disso era escrita, no sentido de sinais gráficos que servissem de linguagem para fazer mediação  entre ele e os outros  quando estivessem  ausentes.

                         

               ESCRITA PICTÓRICA DO EGITO ANTIGO
 
 

O progresso cultural continuou, e as marcas de objetos, animais, pessoas, coisas, aos poucos, foram sendo substituídos por traços simples ou desenhos que os representassem e passaram a ser incorporados aos processos de  comunicação gravada cuja leitura indicava suas ideias.

 

Assim surgiram os pictogramas, ou desenhos figurativos simples destinados a transmitir informações, ou para expressar crenças míticas.

A representação de um animal sendo abatido, talvez não fosse para expressar o fato em si, mas a crença de poder matá-lo; a lança não era  a arma, mas símbolo do poder, da guerra.

 

 

                 ESCRITA CUNEIFORME

 

Acredita - se que a escrita propriamente dita, começou há milênios quando os sumérios inventaram sinais gráficos convencionais os – cuneiformes – (formas de cunha), gravados em tijolos de barro cozido, ou em pedaços de madeira que empilhavam em paredes como bibliotecas rudimentares constituindo textos ou conjuntos com listas de produtos e objetos que comerciavam na Mesopotâmia.
 

A evolução da escrita simbólica e convencional aconteceu, sobretudo, no Egito antigo, a partir dos pictogramas ou desenhos simplificados até então usados, os quais deram origem aos hieróglifos feitos com desenhos de partes de animais, do corpo humano, plantas e objetos, que os sacerdotes  utilizavam como escrita para  registrar e “armazenar” em pergaminhos, em sarcófagos e paredes dos túmulos dentro das pirâmides com informações  sobre a vida e a história dos faraós. Esses hieróglifos foram decifrados por Champollion a partir da descoberta da Pedra de Roseta.

 

 

A PEDRA  de ROSETA

Pedra de Roseta é um grande bloco de granito de cor escura mostrando um texto em duas escritas, em antigo  grego e em hieróglifos egípcios.
Esta pedra-texto foi descoberta em 1799 por soldados  de Napoleão Bonaparte quando ele conquistava o Egito ao percorrerem a região de Roseta.


O texto  nela gravado foi estudado e traduzido pela primeira vez em 1822  por Jean François Champollion conhecedor profundo de línguas antigas e que fazia parte da expedição de Napoleão. Ele conseguiu decifrar o texto comparando as versões de escritas que nele havia e descobriu que o texto  referia-se a um decreto de Ptolemeu V do Egito.

Com este fato revelou-se ao mundo a  milenar e grandiosa civilização egípcia.          

Hoje, a pedra encontra-se no Museu Britânico de Londres.      A escrita hieroglífica podia ser escrita em linhas ou colunas, tanto da esquerda para a direita, quanto da direita para a esquerda. Para identificar a direção de leitura de um determinado texto, observava-se a direção para onde os sinais estvam voltados. Ela indicava o início do texto.

Com o tempo os egípcios foram simplificando seus desenhos em “logogramas”, cada um como sendo uma palavra.

Os “ideogramas” eram conjuntos simbolizando idéias, e até mesmo o pensamento abstrato, fugindo do significado próprio de cada figura desenhada. 

Era o deslanchar da escrita com a qual o homem começava a registrar  os fatos vivenciados por ele mesmo  e assim podia comunicá-los aos outros.

 

A simplificação e a estilização desses desenhos foi conduzindo ao uso de traços reduzidos e convencionais para substituir os inumeráveis sinais pictográficos de que se utilizavam para representar as palavras e conseqüentemente os pensamentos.

                                   A ESCRITA FENÍCIA

 

Os fenícios usavam apenas as consoantes organizadas em código de 24 caracteres para simplificar a escrita complexa egípcia. Chegaram por esse caminho à decomposição da palavra em sílabas. 

Datam de cerca 1.400 a.C. os achados da primeira escrita fonética alfabética, a escrita ugarítica.

É o primeiro alfabeto de que se tem notícia, composto de 27 consoantes e 3 vogais.  Na leitura deste alfabeto as vogais  eram deduzidas a partir da compreensão do contexto verbal.

                             O ALFABETO GREGO

Após a decadência de Ugarit, a escrita fenícia, foi adaptada pelos gregos e originou ao alfabeto grego, com o acréscimo  dos símbolos das vogais e que foi  denominado pelas duas primeiras letras,  o  alpha e o beta, (ALFABETA) do código que usavam para escrever.

O alfabeto grego posteriormente originou o alfabeto romano ou latino e que ainda hoje é o utilizado na língua portuguesa e nas línguas neolatinas.

Os romanos utilizaram e simplificaram o alfabeto grego adaptando-o à escrita de seu idioma, o latim, língua que eles impuseram a todos os povos dominados que formavam seu império. Foi através deles que este código se difundiu para formar todas as línguas originadas do latim, - as neolatinas - como é o caso do português.

 

Esta é a razão porque nossa escrita não é totalmente fonética, isto é, as letras não correspondem aos sons da fala, mas é etimológica, ou histórica, isto é, aproveita os sistemas alfabéticos do grego e do latim.

É por esta razão que no português podemos ter representado: um som por uma só letra, ou por duas ou mais, ou então uma só  letra representando  vários sons, ou mesmo nenhum.

 

A escrita é apenas uma forma visível de representar as idéias e pensamentos criados na mente e são invisíveis.

As idéias são imateriais e pelos símbolos da escrita concretizam-se  em grafemas (letras) perceptíveis no discurso textual escrito. 

 

A invenção da escrita, foi surgindo lentamente através da criatividade, por isso é considerada uma das mais fantásticas e proveitosas invenções culturais humanas.

É por meio dela que o homem consegue traduzir em símbolos gráficos as palavras faladas, haver comunicação  entre os povos.

Além do mais, com a invenção da imprensa e dos modernos processos tecnológicos de gravação da fala, há possibilidade, também de registrar os fatos e suas experiências e perpetuá-las indefinidamente, como também transmiti-las e difundi-las instantaneamente a todos os cantos do mundo.

 

Como na Noruega existe em subterrâneo a “Arca de Noé Vegetal” com sementes e amostras do mundo todo, dizem (não tenho confirmação), que nos EEUU, já existe “A Biblioteca do Mundo”,  dentro de uma montanha, protegido das maiores radiações e perigos, um imenso estoque catalogado de tudo que é utilizado em comunicação no mundo inteiro.  É uma maravilhosa reserva da nossa civilização para futuras gerações que virão a conhecerem.   

 

Por isso tudo, é que muitos antropólogos e sociólogos afirmam que o verdadeiro início da civilização humana aconteceu com a invenção da escrita que se ampliou com o descoberta e uso da imprensa.

 

                        UMA CURIOSIDADE

QUE ALFABETO USOU MOISÉS

AO ESCREVER

O ANTIGO TESTAMENTO?

 

Quando tinha 40 anos, Moisés fugiu do Egito escapando da ira de Faraó e veio para a terra de Mídiã, na Península do Sinai.                                                                                        Ali conheceu Jetro, sacerdote do Deus Altíssimo e se casou com sua filha Zípora. Tiveram dois filhos. Ao primogênito chamou Gérson (Êxodo 2:22), e seu segundo filho deu o nome de Eliezer, que significa "Deus é minha ajuda".
E foi ali que Deus lhe apareceu na 
sarça ardente , e dele recebeu os Dez Mandamentos e de toda a lei . 

As  escavações arqueológicas no monte Sinai têm provado que Moisés (1.500 A.C.) escolheu a escrita fonética para escrever os livros do Pentateuco por ser uma língua alfabética simples, entendida por povo, de mesma origem e religião. 

 

Acredita-se que ele escrevia os livros enquanto pastoreava os rebanhos do seu sogro nas campinas de Mídiã a cerca de oitenta quilômetros do Monte Sinai e ali viveu e recebeu de Deus as tábuas dos Dez Mandamentos.

O povo que ali habitava era de origem semita e praticava uma religião muito semelhante à dos israelitas, como foi observado pelos restos deles descobertos pelos arqueólogos.  

                                                    

Em 1904 e 1905, o Cientista Flinders Petrie, fazendo escavações na Península do Sinai, patrocinadas pela Escola Britânica de Arqueologia no Egito, descobriu algumas inscrições com alguma semelhança com os hieróglifos.

Era uma escrita alfabética chamada de proto-fenícia dos cananitas que ali viviam  no tempo de Moisés, simplificaram a escrita egípcia e criaram uma escrita alfabética que representava os sons da fala em vinte e dois sinais.              

Fonte: Internet e pesquisas.

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