domingo, 14 de agosto de 2011

ENSINAR POR PROJETOS

ENSINAR POR PROJETOS
                               Prof. Jorge S. Martins

O sucesso da aprendizagem por projetos está condicionado ao interesse que o professor conseguir despertar no aluno por este trabalho, incentivando-o e valorizando-o como pequeno pesquisador e descobridor e desta forma poderá tornar-se capaz de entender e explicar aquilo que pesquisou.

Contudo, para isso acontecer, é preciso que o professor reconheça que há necessidade de mudanças de atitudes, de renovação corajosa no uso de novos procedimentos didáticos em sala de aula.
Ele terá de optar por novo estilo docente, ou melhor dizendo, pelo “reaprender a ser professor”, acostumar-se, em suas atividades a procurar ver mais longe, estar a atento às mudanças que o mundo de amanhã exigirá  dos seus alunos.

Tem de acreditar que “a meta principal da escola atual não deve ser só  repassar conteúdos disciplinares fragmentados aos alunos, mas deve ser a de atualizar seu ensino de maneira global interdisciplinar para desenvolver e explorar as competências deles”.

Acreditando nestes conceitos, sentirá o professor necessidade de capacitar-se mais e melhor, pois as realidades atuais exigem outra orientação no ensino e na aprendizagem.
Norteadas por esse princípio, muitas escolas já vêem renovando seus métodos de tratar o aluno, não como mero espectador e receptor passivo das informações que lhe são transmitidas e incutidas, mas, sobretudo  orientando-os a se tornarem participantes ativos da própria formação.

Todos sabemos que os jovens de hoje, levados pela contingência da modernidade na qual estão integrados, tudo fazem para procurar novos estímulos que excitem suas emoções e, como nem sempre as alcançam, ficam inquietos e ansiosos, agitam-se e perturbam, fazendo mesmo o que não deveriam.
O racional, o pensar não os atrai, pois exigem esforço, o que eles não querem, nem gostam de fazer e por isso fazem das salas de aula verdadeiros campos de discussões estéreis, atribuindo a culpa de toda essa problemática ao professor.

Infelizmente a muitas escolas falta o hábito de sair do trabalho rotineiro de sala de aula e programar oportunidades para estimular nos alunos a criatividade e a imaginação que fazem surgir iniciativas individuais e inéditas com as quais eles poderão tornar-se agentes ativos e co-participantes de sua formação pessoal e do crescimento de seus conhecimentos.

Para corrigir essas deficiências educacionais existentes, a escola precisa pôr em prática procedimentos pedagógicos eficientes, por vezes esquecidos ou ignorados destinados a mobilizar as habilidades e as potencialidades dos alunos, planejando  e organizando atividades que objetivem envolvê-los em grupos, promovendo desta forma a interatividade e parcerias na realização do trabalho escolar e extra-escolar.

Esta é uma atribuição específica dos Projetos de pesquisa escolar que não exigem, necessariamente, o envolvimento de pessoas de diferentes áreas, mas sim, exigem ter uma visão global no tratamento do tema escolhido, pelo intercâmbio e integração de saberes disciplinares diversos, a ele  relacionados.

O Projeto de pesquisa escolar, sendo uma construção pedagógica, deverá, portanto, ser entendido como conjunção de múltiplos meios, que concorrerão no fornecimento de mais saberes e darão suporte à sua validade educacional.

A idéia de trabalhar com Projetos, quase sempre resulta da preocupação que os professores têm de pôr em prática procedimentos didáticos que favoreçam a participação mais ativa dos alunos e facilitem o processo interativo voltado para a busca do saber.

Entre esses procedimentos usados pelo ensino renovado, o mais importantee significativo é preceder a realização de tarefas por “questionamentos” que conduzam os alunos a refletir sobre o “por quê” e o “como” vão fazê-las.
Trata-se de estimular e desenvolver neles “o senso crítico”, que se  desenvolve pela leitura, pela reflexão, pela prática do debate com o uso e coerência de argumentos, pela curiosidade intelectual que não se satisfaz com simples conversa ou informação, mas examina focos múltiplos, e pelo questionamento para levantar dúvidas e esclarecê-las.

O “por quê?” deverá  estar sempre em qualquer situação de ensino, para que o aluno seja instigado a perguntar e a procurar por ele mesmo a resposta, cabendo ao professor apenas, portar-se  como condutor da ação de aprender.
Desta maneira o processo ensino/aprendizagem toma rumo diferente na escola, tanto em relação ao professor, - aquele que facilita o ensino, - como em relação ao aluno, - aquele que aprende ou constrói seu saber -.
Convém, pois, reconhecer que a essência de qualquer projeto de pesquisa encontra-se no desencadeamento da reflexão em torno da utilização de perguntas corretamente elaboradas e adequadas, uma vez que elas têm uma dimensão cognitiva que deve ser explorada pelo professor, tanto para satisfazer o desejo do aluno de saber mais, quanto para aferir e diagnosticar  o aprendizado dos conteúdos estudados.


O professor que pretende trabalhar com Projeto de Pesquisa na escola  deverá acreditar que vai usar um instrumento didático valioso destinado a melhor dominar e aprofundar o conhecimento de assuntos temáticos variados, os quais poderão  interrelacionar disciplinas curriculares diferentes.

Que assuntos temáticos são esses?  Podem ser os que visam:
- à explicação de alguma situação-problema e ensino que preocupa,
- ao melhor conhecimento de fatos da realidade vivida pelos alunos,
- a aprofundar a investigação de assuntos curriculares a estudar,
- à realização de algum produto final, como feira, artefato, exposição.

A metodologia dos Projetos visa sobretudo preparar os alunos para o futuro, pelo saber como estudar e pelo aprender a aprender praticados nas tarefas que lhe são exigidas.
O sucesso da aprendizagem por projetos estará condicionado ao interesse que se conseguir despertar no aluno, valorizando-o como pequeno pesquisador, descobridor e expositor do que aprendeu sob a condução do professor.

Lembremo-nos que a matéria-prima da educação “é o aluno”, o qual por sua vez é também seu “produto final”.
O processo de transformação dessa matéria está nas mãos do professor, na maneira como por ele será manipulado e nas diversas etapas que conduzirão guiado sempre pelo “para quê” de seu trabalho pedagógico.

O importante é reconhecer que há necessidade de mudanças de atitudes, de renovação corajosa e da busca de novos procedimentos didáticos uma vez que tudo isso implica em optar por novo estilo docente, ou melhor dizendo, pelo “reaprender a ser professor”.
Precisará o docente a acostumar-se, em suas atividades a ver mais longe, estar a atento às mudanças que o mundo de amanhã exigirá  dos atuais alunos e, sobretudo,em perceber que
 “a meta principal da escola não deve ser o desenvolvimento do aluno pelo ensino e domínio de conteúdos disciplinares fragmentados, mas, sobretudo o desenvolvimento de suas competências pessoais”.

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